Mauá em pintura de 1861 |
Uma das figuras que mais se destacou no Brasil, durante o Segundo Império, no campo da economia, das finanças e dos empreendimentos modernos, foi Irineo Evangelista de Souza, o Barão e Visconde com Grandeza de Mauá. Um gaúcho do interior que revolucionou o Brasil. Um verdadeiro empreendedor.
Mauá era respeitado pelos grandes banqueiros ingleses, como "o único banqueiro confiável do Hemisfério Sul". Tudo no Brasil que significasse desenvolvimento e progresso e, onde não houvesse escravos, tinha a marca de Mauá.
E não era pouco: ele controlava 8 das 10 maiores empresas do país; as duas excluídas, eram o Banco do Brasil e a Estrada de Ferro D. Pedro II, ambas estatais. Sua fortuna em 1867 era de 115 mil contos de réis, enquanto o orçamento de todo o império contava com 97 mil contos de réis. Este homem chegou a controlar 17 empresas, com filiais operando em 6 países. Mauá comprou a casa que pertencera à Marquesa de Santos, próximo ao Paço Imperial da Quinta da Boa Vista. Ambos, Mauá e Dom Pedro II, moraram um de frente para o outro, Mauá o fizera como que numa tentativa de afrontar Dom Pedro II. Sua fortuna hoje seria o equivalente a 60 BILHÕES DE DÓLARES. Uma história digna de ser lembrada eternamente por todos os brasileiros!!! E por que esta história não é tão lembrada?
Mauá era um estranho no ninho, e no ninho de um país ruralista, escravocrata e latifundiário. Mauá era desprezado e talvez invejado por Dom Pedro II, o monarca iluminista que só admirava as letras, quando não eram promissórias, e números, se fossem abstratos. Jamais tiveram uma discussão pública, mas sua incompatibilidade de gênios era notória. Mauá cometia o supremo pecado de ser devotado ao lucro honesto, e isso, o arqueólogo diletante, linguista e filólogo, astrônomo amador, botânico de fim de semana, Dom Pedro II, não podia tolerar. Mauá foi um homem de seu tempo num Brasil anacrômico. Ninguém mais do que ele lutou contra a estagnação, contra a pasmaceira imperial, contra a rotina sedentária. Toda a grandeza de Mauá está, por conseqüência, em ter sido, até a exasperação, um tipo de homem de que seu tempo era carente - um empreendedor, um homem de empresa.
Foi o Barão de Mauá o primeiro a incluir numa proposta de serviços públicos a cláusula que só costumava figurar em contratos ingleses: “O CONTRATANTE OBRIGA-SE A NÃO EMPREGAR O BRAÇO ESCRAVO”.
Porto de Mauá em atividade, 1º transporte intermodal no Brasil |
Mauá morreu em Petrópolis, em 1889, dominado pela diabetes, aos 76 anos, poucas semanas antes da queda do Império. Seu corpo foi trazido à corte de trem, pela mesma estrada de ferro que construíra anos antes, e sepultado no mausoléu de sua família, hoje em ruínas, no Cemitério São Francisco de Paula, no bairro do Catumbi.
A Baroneza, a 1ª locomotiva do Brasil, hoje no Museu do Trem no RJ |
Hoje, em pleno século XXI, sinto falta de alguns Mauás no Brasil. Quisera tê-los!
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Tô só de olho em você...
Já ia sair de fininho sem deixar um comentário, né?!
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Não tem de ser só elogio... Quero sua opinião de verdade!