quarta-feira, 24 de março de 2010

O Homem dos Meus Sonhos


Mauá em pintura de 1861
Uma das figuras que mais se destacou no Brasil, durante o Segundo Império, no campo da economia, das finanças e dos empreendimentos modernos, foi Irineo Evangelista de Souza, o Barão e Visconde com Grandeza de Mauá. Um gaúcho do interior que revolucionou o Brasil. Um verdadeiro empreendedor.
Mauá era respeitado pelos grandes banqueiros ingleses, como "o único banqueiro confiável do Hemisfério Sul". Tudo no Brasil que significasse desenvolvimento e progresso e, onde não houvesse escravos, tinha a marca de Mauá.
E não era pouco: ele controlava 8 das 10 maiores empresas do país; as duas excluídas, eram o Banco do Brasil e a Estrada de Ferro D. Pedro II, ambas estatais. Sua fortuna em 1867 era de 115 mil contos de réis, enquanto o orçamento de todo o império contava com 97 mil contos de réis. Este homem chegou a controlar 17 empresas, com filiais operando em 6 países. Mauá comprou a casa que pertencera à Marquesa de Santos, próximo ao Paço Imperial da Quinta da Boa Vista. Ambos, Mauá e Dom Pedro II, moraram um de frente para o outro, Mauá o fizera como que numa tentativa de afrontar Dom Pedro II. Sua fortuna hoje seria o equivalente a 60 BILHÕES DE DÓLARES. Uma história digna de ser lembrada eternamente por todos os brasileiros!!! E por que esta história não é tão lembrada?
Richard Carruthers, o patrão e amigo

Mauá era um estranho no ninho, e no ninho de um país ruralista, escravocrata e latifundiário. Mauá era desprezado e talvez invejado por Dom Pedro II, o monarca iluminista que só admirava as letras, quando não eram promissórias, e números, se fossem abstratos. Jamais tiveram uma discussão pública, mas sua incompatibilidade de gênios era notória. Mauá cometia o supremo pecado de ser devotado ao lucro honesto, e isso, o arqueólogo diletante, linguista e filólogo, astrônomo amador, botânico de fim de semana, Dom Pedro II, não podia tolerar. Mauá foi um homem de seu tempo num Brasil anacrômico. Ninguém mais do que ele lutou contra a estagnação, contra a pasmaceira imperial, contra a rotina sedentária. Toda a grandeza de Mauá está, por conseqüência, em ter sido, até a exasperação, um tipo de homem de que seu tempo era carente - um empreendedor, um homem de empresa.
Foi o Barão de Mauá o primeiro a incluir numa proposta de serviços públicos a cláusula que só costumava figurar em contratos ingleses: “O CONTRATANTE OBRIGA-SE A NÃO EMPREGAR O BRAÇO ESCRAVO”.
Porto de Mauá em atividade, 1º transporte intermodal no Brasil
Mauá morreu em Petrópolis, em 1889, dominado pela diabetes, aos 76 anos, poucas semanas antes da queda do Império. Seu corpo foi trazido à corte de trem, pela mesma estrada de ferro que construíra anos antes, e sepultado no mausoléu de sua família, hoje em ruínas, no Cemitério São Francisco de Paula, no bairro do Catumbi.
A Baroneza, a 1ª locomotiva do Brasil, hoje no Museu do Trem no RJ
Hoje, em pleno século XXI, sinto falta de alguns Mauás no Brasil. Quisera tê-los!


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