sábado, 14 de agosto de 2010

Carta de Dom Pedro II à Condessa de Barral

Escrevo essas mal traçadas linhas sobre um “par” que, no século XIX, “deu muito o que falar” por trás dos leques das senhoras da corte durante o Segundo Reinado. O lendário relacionamento, por mais de 30 anos, entre a Condessa de Barral e Dom Pedro II.
Pois a famosa história de amor entre eles realmente aconteceu. Estou, através deste post, aproveitando a oportunidade para recomendar o livro “Condessa de Barral, A Paixão do Imperador, de Mary Del Priori”, que ainda não li, pois acabei de comprar pela Internet. Estou arrasada... Como eu pude passar pelos anos de 2009 e 2010 sem saber do lançamento de um livro que conta uma história dessas? Pois é, o livro foi lançado em dezembro/2008 e só hoje, sexta-feira, 13 de agosto de 2010, tomei conhecimento dele.
Luísa Margarida Portugal de Barros, que se tornaria a Condessa de Barral após o casamento, foi uma mulher que circulou entre a França e o Brasil, sempre nas camadas mais altas da sociedade. Para quem, assim como eu, adora a história (a real história, aquela documentada e bem fundamentada) dos hábitos e costumes da corte no Rio de Janeiro durante o século XIX, esse livro tem muito a informar.
A Condessa era filha de um senhor de engenho e teve educação esmeradíssima e diferenciada da maioria das mulheres de sua época. Isso acabou por fazê-la chegar à alta nobreza. Ela foi orientadora da Princesa Francisca, irmã de Dom Pedro II, que acabara de se casar com o Príncipe de Joinville, Francisco D’Orléans, e passara a fazer parte da corte francesa, a mais sofisticada da Europa. O que acabou propiciando o romance entre os dois foi o fato de a Condessa ter sido escolhida como preceptora das filhas de Dom Pedro II.
A Condessa de Barral era uma mulher culta, inteligente e muito à frente de sua época. Enigmática, controversa e fascinante.
Abaixo, uma carta de Dom Pedro II para a Condessa de Barral, sua grande amiga e preceptora das Princesas Isabel e Leopoldina. 

Carta de Dom Pedro II à Condessa de Barral, datada de 22/02/1887

Na carta está escrito:

"Petropolis 22 de fevereiro de 1887
Condessa
Só pelos sonetos e por carta do Amandense sei já que você esta para ser dupla avó. Parabéns do amigo!
Nada ha de novo. Tem chovido bastante; porem faz calor ainda. O entrudo tem sido tranquilo no Rio e aqui quase nenhum. Já ha de saber que a Chiquita Cara pebús casa a 4 com o Tourinho viuvo da filha da tia.
Excepto os passeios e maior socego durante o dia que differença faz Petropolis de agora do dos nossos tempos!
Conte-me sempre o que lhe interesar e também m’ interessará. Adeus! Meu abraço ao caro rapaz.
Muitas lembranças à Mãezinha cujo pae sobe domingo commigo; festinhas ao jojóca e para você o que sabe de
Seu de sempre"


Vou devorar este livro!

Condessa de Barral, A Paixão do Imperador
* Editora: Objetiva
* Autor: MARY DEL PRIORE
* ISBN: 9788573029239
* Origem: Nacional
* Ano: 2008
* Edição: 1
* Número de páginas: 264
* Acabamento: Brochura
* Formato: Médio



A Condessa de Barral quando jovem
Antes de se casar
E já madura, aos 49 anos

Tão logo eu termine a leitura, direi a vocês o que achei do livro e da verdadeira história. Fico me perguntando... Será que eu gostaria mesmo é de ler um tipo de revista “Caras” do século XIX?!
                                  
          

6 comentários:

  1. muito loco esse desifrado

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  2. Obrigada pela visita, Sr. Anônimo. Eu também acho esta história muito louca. E ela é plena de cartas como essa.

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  3. lindoooooooooooooooooooooooooooooo saber, ,,,,nada sei, sem nada saber, apenas sei que amo

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  4. Meu Deus uma mulher tão bonita vestida de luto...rsss essas roupichas não ajudavam nada, cade as roupas coloridas??

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  5. Oi Gatodomato. Ela deve ter sido uma bela mulher dentro dos padrões e "condições" de beleza da época. Se bem que devemos considerar que beleza é um conceito muito pessoal e totalmente subjetivo em qualquer época.

    As roupichas coloridas deviam ser difíceis de usar naquela época. As meninas (adolescentes) se vestiam em tons pastéis, pois deviam demonstrar pureza, inocência, leveza. As senhoras casadas, mesmo que aos 20 anos, se vestiam tb em tons claros e nada chamativos, pois eram senhoras de respeito. A condessa só estava de luto na última foto, pois estava viúva. E viúva naquela época era coisa "séria", né?! rsrs

    Quanto às cores, pode acreditar, infelizmente, elas ficavam relegadas às "damas nos cabarés", ou sei lá como chamar as prostitutas e garotas de programa do século XIX. Quem ousasse se vestir muito colorida era discriminada perante à sociedade.

    Gostei muito do seu blog Gatos e Gatos. As fotos da natureza são lindas. Parabéns. Obrigada pela visita. Visitarei seu blog tb.

    bjs,
    Eliane Bonotto

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Tô só de olho em você...
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