Conjecturar sobre que país será a próxima potência e terá influência mundial é muito complicado. É sempre interessante fazer uma visita à história geral. Se olharmos como outras potências no passado impunham sua cultura às demais, veremos que sempre o fizeram pela força. O império romano, depois os otomanos e, finalmente, os ingleses, que foram impérios por vários séculos, sempre impuseram suas culturas através da força. Os espanhóis e os portugueses dominaram por períodos muito curtos e não chegaram a ser considerados potências mundiais Os estadunidenses, atualmente, também não são diferentes, apesar de não estarem "oficialmente" expandindo as suas fronteiras hoje (já estiveram anteriormente, vide Porto Rico, Ilhas Virgens etc), como tentaram os impérios do passado.
O domínio de uma nação atualmente tem por base três princípios. O poder militar, o poder da tecnologia e o poder econômico.
US Navy Sea Shadow stealt |
Resultado de algumas leituras que andei fazendo, ainda segundo especialistas, além de dominar os mares, o segundo fator utilizado pelos EUA para "manter" este domínio é desestabilizar qualquer país que esteja se tornando líder regional e não esteja alinhado com os interesses estadunidenses. Apesar de muita gente achar que a invasão do Iraque foi um erro ou que foi por conta do petróleo (não que estes não sejam fatores relevantes), a razão foi desestabilizar o Oriente Médio. Para quem vê de fora, parece que foi um desastre, mas na realidade, estrategicamente, foi um sucesso. Se atacarem o Irã no futuro, também será pelas mesmas razões. Pessoalmente, acho que o Lula anda apertando a mão de pessoas que ele não deveria, pois que, assim, ele está batendo de frente com os interesses dos EUA cada vez mais. Sua última proeza ao oferecer asilo à mulher condenada à morte no Irã, certamente com intenções nobres, foi desastrosa. Se existia uma oportunidade de ele se calar, era aquela. O ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, chamou o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, de “ditador” e criticou a forma como o governo do presidente Lula trata o caso da viúva iraniana. José Serra acusou Dilma de nunca ter dito “uma palavrinha áspera com relação ao Irã” e agora para o governo Lula “o Irã é àquela ditadura fascista e feroz”. Que bela confusão.
Voltando aos especialistas... Dizem ainda que a China hoje exerce um poder regional na Ásia, sem que tenha como se impor muito, porque o seu vizinho, o Japão, tem seus próprios interesses e não tem recursos naturais. Portanto, a tendência é o Japão começar a disputar espaço com a China e, possivelmente, se militarizar novamente. Dizem que este pode ser o conflito que os americanos estão apostando que acontecerá para desestabilizar a região. Bem... O PIB do Japão acabou de ficar menor do que o da China, mas eu não apostaria nessa teoria. Não é impossível, mas é improvável, na minha modesta opinião de leiga.
No quesito domínio tecnológico, acredito que a distância seja ainda maior do que na questão anterior. Se olharmos todas as tecnologias que deverão dominar o mundo nas próximas décadas, são todas elas preponderantemente de empresas estadunidenses. Um estrategista afirmou recentemente que nas próximas décadas, as marinhas atuarão de modo diferente do que vemos hoje, porque todos os seus controles serão feitos do espaço, através de satélites. Portanto, o cenário sofreria uma alteração considerável. Quem hoje estiver dominando os mares, não necessariamente, dominará o mundo num futuro próximo, pois dominará o mundo quem dominar o espaço. Apesar de no atual governo os EUA não estar envidando todos os esforços no desenvolvimento espacial, eles estão à frente dos demais países em investimento, tecnologia, propriedade intelectual etc. Vamos a um exemplo prático, energia, que hoje tem no petróleo a sua maior fonte, já está caminhando para, no futuro, ter o sol como principal fonte. Porém, com placas de captação no espaço e não no solo. Isso hoje já existe e quem deteria essa tecnologia seriam os EUA.
Na área de tecnologia da informação, cloud computing, que deve ser a próxima grande tecnologia difundida, todas as empresas são estadunidenses. Nesse ponto eu acredito, sim, que a China estará sempre um passo atrás, copiando...
Pequim, a China dos espigões e de imagem capitalista |
O contraste da periferia da cidade de Pequim |
Também por conta dessa situação na Europa é que eu acho que a China pode ter algum fôlego para enfrentar os EUA na questão do poder econômico.
No mais, na minha visão, a China continuará a ser apenas o ‘C’ do BRIC por um bom tempo ainda.
Goste muito obg,minha opinião sobre esse assunto esta se formando com base na sua muito obg msm :)
ResponderExcluirPrezado, muito obrigada pelas palavras. Fico contente que tenha gostado do texto. Mas... Por favor, não forme sua opinião sobre o assunto baseada na minha. Leia, escute, converse, discuta com outras pessoas e, acima de tudo, reflita. É a sua reflexão sobre as várias formas de obter opiniões e conhecimentos outros, que lhe permitirá, com o passar do tempo, a formar seu próprio modo de enxergar os assuntos e, assim, ter sua própria visão de mundo.
ResponderExcluirObrigada pela visita.
Abraços,
Eliane Bonotto