José Maria da Silva Paranhos Júnior, primeiro e único Barão do Rio Branco, nasceu no Rio de Janeiro, em 20 de abril de 1845, e faleceu na mesma cidade, em 10 de fevereiro de 1912. Foi diplomata, geógrafo e historiador brasileiro. Filho de José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco, tornou-se amplamente conhecido pelo seu título nobiliárquico: Barão do Rio Branco. É hoje o patrono da diplomacia brasileira.
Barão do Rio Branco |
Iniciou-se nas Letras em 1863, nas páginas da revista Popular, com uma biografia do comandante da Imperatriz. Posteriormente, em 1866, na revista l'Illustration, desenhou e escreveu sobre a guerra do Paraguai, defendendo o ponto de vista do Brasil. Em 1868 substituiu por três meses Joaquim Manuel de Macedo como professor na cadeira de corografia (descrição histórico-geográfica de um lugar) e história do Brasil, no Colégio Pedro II. Iniciou-se na carreira política como promotor e deputado, ainda no Império. Em 1871, foi redator no periódico A Nação, tendo colaborado a partir de 1891 no Jornal do Brasil.
Cônsul-geral em Liverpool a partir de 1876, foi ministro acreditado na Alemanha em 1900, assumindo o Ministério das Relações Exteriores, de 3 de dezembro de 1902 até sua morte, em 1912. Ocupou o cargo ao longo do mandato de quatro presidentes da república, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca, configurando-se uma unanimidade nacional em sua época.
Recebeu o título de Barão do Rio Branco às vésperas do fim do período imperial, mas continuou a utilizar o título "Rio Branco" em sua assinatura mesmo após a proclamação da república, em 1889. Isso se deu por ser um monarquista convicto e para homenagear seu falecido pai, o senador e diplomata José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco.
Sua maior contribuição ao país foi a consolidação das fronteiras brasileiras, em especial por meio de processos de arbitramento ou de negociações bilaterais, dos quais se destacam três questões de fronteiras, Amapá, Palmas e Acre.
Obteve uma vitória sobre a França sobre a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa, causa ganha pelo Brasil em 1900 em uma arbitragem do governo suíço.
Em 1895, havia já conseguido assegurar para o Brasil boa parte do território dos estados de Santa Catarina e Paraná, em litígio contra a Argentina no que ficou conhecido como a questão de Palmas. Essa primeira arbitragem foi decidida pelo presidente estadunidense, Grover Cleveland, e teve como opositor pelo lado da Argentina, Estanislau Zeballos, que mais tarde se tornou ministro do exterior argentino e durante muito tempo acusou Rio Branco de perseguir uma política imperialista.
Foi o prestígio obtido nesses dois casos que fez com que Rodrigues Alves escolhesse Paranhos para o posto máximo da diplomacia em 1902, quando o Brasil estava justamente envolvido em uma questão de fronteiras, desta vez com a Bolívia.
Esta tentava arrendar uma parte do seu território a um consórcio empresarial anglo-americano. A terra não era reclamada pelo Brasil, mas era ocupada quase que integralmente por colonos brasileiros, que liderados por Plácido de Castro resistiam às tentativas bolivianas de expulsá-los, episódio que ficou conhecido como "Revolução Acreana". Em 1903, assinou com a Bolívia o tratado de Petrópolis, pondo fim ao conflito dos dois países em relação ao território do Acre, que passou a pertencer ao Brasil mediante compensação econômica e pequenas concessões territoriais. Esta é a mais conhecida obra diplomática de Rio Branco, cujo nome foi dado à capital daquele território, hoje estado.
Negociou com o Uruguai o condomínio sobre o Rio Jaguarão e a Lagoa Mirim, essencialmente uma concessão voluntária do Brasil a um vizinho que necessitava daqueles canais. Por essa razão, foi homenageado pelo governo do Uruguai, sendo conferido seu nome à antiga Pueblo Artigas, hoje cidade de Rio Branco, no departamento de Cerro Largo, vizinha da brasileira Jaguarão.
De 1902 a 1912, o Barão reorientou a diplomacia brasileira sob a índole do realismo e pragmatismo, constituindo o eixo das relações especiais com os Estados Unidos (durante a sua estada à frente do Itamaraty essas pautaram-se pelo alinhamento pragmático, ou seja, com recompensas, por oposição ao alinhamento automático, sem qualquer tipo de recompensa), restaurando o prestígio da diplomacia espelhada na época do Império, concluindo todas as negociações sobre limites territoriais à época, salvaguardando a soberania do Estado Brasileiro e esboçando ainda a primeira tentativa de integração em bloco na América Latina, embora não concretizada, o Pacto ABC (Argentina, Brasil, Chile).
Rio Branco provou que, acima de ideologias ou maniqueísmos, está um sentido de Estado que todos os verdadeiros estadistas deveriam possuir. Infelizmente, isso vai sendo cada vez mais raro...
Sofrendo de problemas renais pediu demissão de seu cargo o que foi negado pelo presidente Hermes da Fonseca. Em seus últimos instantes de vida, lamentou o bombardeio da capital baiana, Salvador, motivado por uma crise política e ocorrido em 10 de janeiro de 1912. Sua morte, durante o carnaval de 1912, alterou o calendário da festa popular naquele ano, dado o luto oficial e as intensas homenagens que lhe renderam na cidade do Rio de Janeiro. Foi o segundo ocupante da cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras. Foi eleito em 1 de outubro de 1898, na sucessão de João Manuel Pereira da Silva. Enfim, um imortal.
Fontes: Wikepedia e Declaração por Samuel de Paiva Pires
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Tô só de olho em você...
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