25/07/2010 14h48 - Atualizado em 25/07/2010 19h17
Projeto quer implantar transporte público na Lagoa Rodrigo de Freitas
Barcos poderiam ligar Praia de Ipanema à entrada do Túnel Rebouças.
Intenção também é elevar Jardim de Alah para construção de garagem.
Bernardo Tabak, Do G1 RJ
Há uns 10 dias, vi em um dos fóruns de debates do qual participo, o tópico acima. Este artigo foi publicado no G1, o Portal da Rede Globo na Internet.
Fiquei contente ao ler todos os posts e saber que estamos todos pensando de forma semelhante. Isso é sinal de que estamos todos refletindo mais acerca dos problemas da nossa cidade.
Três dos participantes disseram o seguinte: “Tenho realmente dúvidas sobre a utilidade do projeto do ponto de vista de transporte público. Não há volume de público circulante entre os pontos sugeridos na Lagoa e, portanto, o projeto não agrega valor no aspecto transporte urbano. O que pode haver é uma maior e melhor utilização do espaço para fins turísticos e de lazer, mas não gostaria de ver dinheiro do contribuinte nisso”. “Além disso, a prática de esportes dentro da Lagoa ficaria prejudicada. Não da para remar e velejar na lagoa com trânsito de barcos, de transporte coletivo. O cenário com os equipamentos esportivos (caiaques, skifs, optmists, wake board e, mais recentemente, stand up paddle) é muito mais agradável e saudável”. “Um projeto desse tipo teria mais utilidade entre pontos da Baía de Guanabara com São Gonçalo, Ilha do Governador e Universitária, Praça XV, Paquetá e Niterói. O problema é que os arquitetos se concentram demais na privilegiada Zona Sul e o Rio precisa focar nas zonas adjacentes à Baía”.
Na Ilha só barcas tradicionais, nenhum catamarã. |
Dispensa comentários, não? |
Acho que vou morrer sem entender porque cidades como São Paulo e Rio só começaram as obras de seus respectivos metrôs mais de 60 anos depois de Buenos Aires, que começou a trilhar seu subsolo apenas 13 anos depois de Paris (que teve sua 1ª linha de metrô inaugurada em 1900). Antes dela, só Londres já tinha metrô.
Depois de passarmos pela demolição do Monroe em 1976, ainda não temos metrô suficiente. |
Hoje, o sistema de metrô de Paris serve à grande população que se utiliza de transporte de massa, tendo seu metrô e sistema de trens urbanos integrados. E integrado lá não é colocar um ônibus soltando fumaça pela cidade para levar passageiros de um ponto a outro, quando estes não são servidos pelo sistema ferroviário. A integração lá significou unificar todas as linhas dos trens com as do metrô (RER, SNCF e metrô). O passageiro que compra passes semanais ou mensais paga menos por passagem unitária. No Brasil, você compra aqueles dispositivos para pedágios e estacionamentos em shoppings, com pagamento mensal, e tem desconto ZERO nas tarifas.
Quanto às barcas e catamarãs mencionados, posso falar de cadeira, pois moro na Ilha do Governador e desde criança ouvia falar que as barcas "iam sair". Quando as barcas, finalmente, apareceram foi muito bom. Elas saíam a cada 30 minutos pela manhã e à tardinha. Durante o dia havia um espaço de tempo maior. Passados uns dois anos, retiraram os catamarãs, e os horários passaram a ter intervalo de 1 hora entre as barcas. Para sair da Ilha a 1ª barca sai às 07:00h, a 2ª às 08:00h e depois só às 09:20h. Para voltar do Centro para a Ilha após as 17h, você tem os seguintes horários: 17:30h e 18:40h, sendo que há uma barca às 19:50h, que só funciona às sextas-feiras. Nos fins de semana e feriados não há barcas para a Ilha. O tempo de travessia é de 55 minutos até a Praça XV. Isso tudo sem considerar que o terminal fica em um ponto distante na Ilha, quem não mora perto do terminal, não tem vantagem neste transporte.
Estação da Leopoldina, foto de Augusto Malta em 1928. |
Estação da Leopoldina hoje, degradação total. |
Antes de seu trágico fim, a Leopoldina já foi assim. |
E assim !!! |
Vocês acreditam no tão prometido "trem bala"? |
O Rio conseguiu sair do caos dessa foto de 1965. Hoje não há justificativa. |
A opção errada pela total prioridade das rodovias em detrimento das ferrovias. |
Um outro participante do fórum disse: “Moro no entorno da Lagoa e não vejo necessidade alguma de uma conexão marítima entre os bairros adjacentes, seria queimar dinheiro do contribuinte em um projeto que não agregaria nada à cidade e tampouco ao bairro.
Além do mais, a profundidade da Lagoa não passa de 1,0m, outro ponto discutido por engenheiros é sobre o lodo que compõe o seu fundo, retirando-o poderia desestabilizar a contenção de seu entorno e provocar um deslizamento.
Equacionar o trânsito é rever as concessões das linhas de ônibus e ampliar as linhas do metro, ampliar quer dizer criar novas linhas e trajetos, aumentando a capilaridade desse modal, não é aumentar uma linha existente e saturada”.
Que falta fazem os acidentes sérios de automóveis nos anos 1920 |
A Cinelândia nos anos 1920, uma Paris tropical. |
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ResponderExcluirPois é, Eliane ... e ainda me aparecem com a expansão da Linha 1 do metrô em direção ao Leblon e depois à Barra da Tijuca, tornando-se a planejada e não executada linha 4 sendo que o canteiro de obras da Barra da Tijuca foi aberto antes de haver um traçado definido ! O problema é o seguinte, e só os governantes "não querem ver" (claro que é de propósito): contrataram a FGV para estudar a melhor alternativa de percurso com um contrato de R$ 30.000.000,00. Agora estão examinando o solo de Ipanema e Leblon para avaliar a possibilidade do metrô passar nestes bairros. Mas onde já se viu um metrô subterrâneo onde o solo é composto quase totalmente de AREIA ??? Ipanema e Leblon fazem parte da mesma restinga arenosa de antigamente, hoje coberta de edificações e vias de trânsito. A não ser que se implemente uma tecnologia inovadora neste sentido. O que eu vejo é que mais uma vez se gastará $$$ "a tôa" para a linha passar por Gávea e Jardim Botânico, que considero a melhor opção ...
ResponderExcluirEliane, a foto correspondente a este linque:
ResponderExcluirhttp://4.bp.blogspot.com/_WafuF-USR8w/TGiG0t914KI/AAAAAAAAGWU/e-p5AA2PxVE/s400/Tr%C3%A2nsito+na+Pres+Vargas_1965+-+C%C3%B3pia.jpg
não é de 1965, mas de 1955, por causa dos tipos de ônibus existentes e da porção de lotações, que haviam saído de circulação em 1964. Favor corrigir, por favor. Obrigado.