Li o texto Postura ‘sabe-tudo’ pode prejudicar carreira, dizem “especialistas”, no portal da Administração. O título do artigo se refere a quem entra na empresa de ‘salto-alto’. Segue o link para o texto a que me refiro.
http://www.administradores.com.br/informe-se/carreira-e-rh/postura-sabe-tudo-pode-prejudicar-carreira-dizem-especialistas/39040/
Contudo, gostaria de fazer uma observação sobre processos de seleção, contratação etc, apesar de eu não ser profissional desta área. Atualmente, penso que os RHs estão sendo vítimas deles mesmos. Como disse a consultora de RH no texto, "não dá para identificar tudo na seleção; é tudo muito sutil". Nesse ponto eu concordo. Vejam... Atualmente, os profissionais são quase que "adestrados" para fazer uma entrevista de trabalho. Há todo tipo de cursos, treinamentos, coachers, mentorings etc para que o candidato saiba "fazer a coisa certa" na hora da entrevista. Isso tudo acaba levando o profissional de RH a contratar um monte de "robozinhos". Porque ninguém vai responder nenhuma pergunta com naturalidade, sendo autêntico. Na hora da entrevista, os candidatos "vestem" uma personagem, como atores prontos a entrar no palco. Saiu dali, volta ao normal. Então, o processo acontece mais ou menos assim, os candidatos se sentam frente a um entrevistador, todos com a mesma postura, têm as mesmas respostas na ponta da língua, têm CVs semelhantes na formatação e quase no conteúdo. Eu pergunto: como o RH vai identificar os candidatos? Como separar o joio do trigo? São todos treinados para serem iguais. E, no entanto, canso de ler pela internet (até o Max Gehringer vive repetindo) frases do tipo "faça a diferença". Como assim? Fazer que diferença?!
Mas, se você for leitor assíduo do tal portal, um habitué como um amigo meu, deve ter lido um dos artigos do dia 22/10 com o seguinte título, “Falta de iniciativa é principal dificuldade para contratação, diz pesquisa.”
E não é só isso! Se andarmos um pouquinho mais para trás no tempo, chegaremos ao dia 21/10 e encontraremos o seguinte título “O sucesso vem do berço?” Nesse texto há perólas do tipo “Aos três anos, uma criança já formou aproximadamente 1,5 quatrilhão de sinapses (quase três vezes mais do que um adulto possui)”.
Isso sem contar que, no dia 19/10, havia um artigo com o título “Como desvincular o feedback do narcisismo?” Não. Péra aí! Pára tudo!
Vocês têm certeza de que esse portal quer mesmo ajudar? Não dá pra acreditar. Quanto mais você lê, você vai ficando cada vez mais fora do seu juízo normal. Ao final do 2º artigo, você já pode ver tudo girar a sua volta.
Pessoal, vocês vão me desculpar a franqueza, mas a quantidade de textos e artigos nos diversos sites espalhados pela internet, são um verdadeiro terrorismo profissional.
Você lê um texto, e está dito lá que você "deve" ser arrojado, assertivo, inovador e todos esses clichês. Passam-se algumas horas, e você é bombardeado com outro texto, mas desta vez, dizendo que você "deve" ser mais tímido, quieto, reservado, observador blá, blá, blá. Ué... Mas não era para “pensar fora da caixa”? E como é que o pessoal vai fazer pose pra dizer que é preciso “think out of the Box”? Pára tudo! Pára tudo porque há algo de errado.
Vou deixar uma pergunta para vocês. Pra que lado eu corro? A pessoa que embarca nesse mar de leituras só pode acabar um náufrago. E agora, la grande finale, é sabido de todos que, hoje em dia, o mercado está cada vez menor e a demanda por trabalho, cada vez maior. Aqui está um nicho de mercado perfeito para esses doutos “especialistas” da área de recursos humanos saírem atirando para todos os lados. E aí são textos em portais na internet, livros, CDs, conferências, cursos, treinamentos, worshops, palestras, enfim, todo tipo de “textos-bomba” para manter os profissionais que estão fora do mercado, ou em transição no mercado, ou ainda buscando novos desafios (os atuais sinônimos para desempregado) entretidos em noções que não levam ninguém a lugar nenhum, não dizem nada além de obviedades, mas mantêm muitos “consultores” defendendo o leite das crianças.
Eu seleciono muito bem minha leitura. Já passei da idade do "terrorismo" da leitura para profissionais adolescentes. Só leio o que eu quero, se eu quiser. Não faço nada só porque a turma que fala o idioma das siglas e jargões está fazendo. Isso é atitude de adolescente que não vive sem a opinião da turminha "da hora". Não esqueçam que até isso é modismo. Se hoje a moda é ler fulano, amanhã a moda é ler beltrano. Alloouuu... Acordem. Não se deixem enganar por um bando de “espertos” que sabem tanto ou menos que vocês.
http://www.administradores.com.br/informe-se/carreira-e-rh/postura-sabe-tudo-pode-prejudicar-carreira-dizem-especialistas/39040/
Contudo, gostaria de fazer uma observação sobre processos de seleção, contratação etc, apesar de eu não ser profissional desta área. Atualmente, penso que os RHs estão sendo vítimas deles mesmos. Como disse a consultora de RH no texto, "não dá para identificar tudo na seleção; é tudo muito sutil". Nesse ponto eu concordo. Vejam... Atualmente, os profissionais são quase que "adestrados" para fazer uma entrevista de trabalho. Há todo tipo de cursos, treinamentos, coachers, mentorings etc para que o candidato saiba "fazer a coisa certa" na hora da entrevista. Isso tudo acaba levando o profissional de RH a contratar um monte de "robozinhos". Porque ninguém vai responder nenhuma pergunta com naturalidade, sendo autêntico. Na hora da entrevista, os candidatos "vestem" uma personagem, como atores prontos a entrar no palco. Saiu dali, volta ao normal. Então, o processo acontece mais ou menos assim, os candidatos se sentam frente a um entrevistador, todos com a mesma postura, têm as mesmas respostas na ponta da língua, têm CVs semelhantes na formatação e quase no conteúdo. Eu pergunto: como o RH vai identificar os candidatos? Como separar o joio do trigo? São todos treinados para serem iguais. E, no entanto, canso de ler pela internet (até o Max Gehringer vive repetindo) frases do tipo "faça a diferença". Como assim? Fazer que diferença?!
Mas, se você for leitor assíduo do tal portal, um habitué como um amigo meu, deve ter lido um dos artigos do dia 22/10 com o seguinte título, “Falta de iniciativa é principal dificuldade para contratação, diz pesquisa.”
E não é só isso! Se andarmos um pouquinho mais para trás no tempo, chegaremos ao dia 21/10 e encontraremos o seguinte título “O sucesso vem do berço?” Nesse texto há perólas do tipo “Aos três anos, uma criança já formou aproximadamente 1,5 quatrilhão de sinapses (quase três vezes mais do que um adulto possui)”.
Isso sem contar que, no dia 19/10, havia um artigo com o título “Como desvincular o feedback do narcisismo?” Não. Péra aí! Pára tudo!
Vocês têm certeza de que esse portal quer mesmo ajudar? Não dá pra acreditar. Quanto mais você lê, você vai ficando cada vez mais fora do seu juízo normal. Ao final do 2º artigo, você já pode ver tudo girar a sua volta.
Pessoal, vocês vão me desculpar a franqueza, mas a quantidade de textos e artigos nos diversos sites espalhados pela internet, são um verdadeiro terrorismo profissional.
Você lê um texto, e está dito lá que você "deve" ser arrojado, assertivo, inovador e todos esses clichês. Passam-se algumas horas, e você é bombardeado com outro texto, mas desta vez, dizendo que você "deve" ser mais tímido, quieto, reservado, observador blá, blá, blá. Ué... Mas não era para “pensar fora da caixa”? E como é que o pessoal vai fazer pose pra dizer que é preciso “think out of the Box”? Pára tudo! Pára tudo porque há algo de errado.
Vou deixar uma pergunta para vocês. Pra que lado eu corro? A pessoa que embarca nesse mar de leituras só pode acabar um náufrago. E agora, la grande finale, é sabido de todos que, hoje em dia, o mercado está cada vez menor e a demanda por trabalho, cada vez maior. Aqui está um nicho de mercado perfeito para esses doutos “especialistas” da área de recursos humanos saírem atirando para todos os lados. E aí são textos em portais na internet, livros, CDs, conferências, cursos, treinamentos, worshops, palestras, enfim, todo tipo de “textos-bomba” para manter os profissionais que estão fora do mercado, ou em transição no mercado, ou ainda buscando novos desafios (os atuais sinônimos para desempregado) entretidos em noções que não levam ninguém a lugar nenhum, não dizem nada além de obviedades, mas mantêm muitos “consultores” defendendo o leite das crianças.
Eu seleciono muito bem minha leitura. Já passei da idade do "terrorismo" da leitura para profissionais adolescentes. Só leio o que eu quero, se eu quiser. Não faço nada só porque a turma que fala o idioma das siglas e jargões está fazendo. Isso é atitude de adolescente que não vive sem a opinião da turminha "da hora". Não esqueçam que até isso é modismo. Se hoje a moda é ler fulano, amanhã a moda é ler beltrano. Alloouuu... Acordem. Não se deixem enganar por um bando de “espertos” que sabem tanto ou menos que vocês.
Estou perplexo! Escrevi um enorme comentário aqui que simplemente sumiu... culpa do teclado do notebook...
ResponderExcluirMas em resumo Eliane, o que acontece no mercado de contratação é isso mesmo: a turma lê para ser entrevistada o mesmo conteúdo dos que entrevistam. Assim fica uma verdadeira troca de frases feitas que não chegam a lugar nenhum. O mercado de escritores sobre esse assunto é imenso, e eu particularmente já não tenho mais paciência de ler sobre esses estudos. Muitos até se contradizem. Por isso concentro meu tempo hoje mais para a leitura de blogs com experiências vivenciais e autênticas.
Quando faço entrevistas procuro iniciar perguntando sobre a mãe e o pai do entrevistado. E sigo nessa linha do tempo passando por toda a infância e período escolar do candidato. Quando falamos sobre trabalho fica fácil pegar ele de calças curtas, pois já criou tamanha intimidade comigo (já conheço toda a sua vida) que acaba sendo realmente franco nas respotas sobre o seu perfil e modo de trabalhar.
Assim sigo aquele velho ditado: Conhecendo-se o passado podemos prever o futuro.
Grande abraço!
Adriano
25 de outubro de 2010 13:09
Adriano, o que não consigo entender é como determinadas pessoas não têm a menor noção do que dizem e fazem. E vejo que dizem acreditando no que disseram e fizeram. E é isso que me assusta. rsrsrsr
ResponderExcluirQue tal alguém que abre um tópico no LinkedIn com o título de Liderança na Cozinha? Até aí nada demais, se o assunto estiver em torno de um restaurante ou coisa parecida. Mas e quando o assunto é um amontoado de abobrinhas, como as escritas no blog que ele anuncia?
Meu receio é que isso seja contagioso, entende?! Depois dá uma olhada. É pra dar uma boa gargalhada.
Abraços
25 de outubro de 2010 20:30