quarta-feira, 10 de novembro de 2010

OMG Tweetup é candidata para o dicionário... LOL

The Sydney Morning Herald
January 2, 2010


A língua inglesa está se expandindo como nunca visto antes, dificultando o seu acompanhamento.

John arranjou um "Tweetup" com Mary, uma garota que ele conheceu em um evento de “minute mentoring” na semana passada. Ele comprou algumas “jeggings” novas para a ocasião, usando até um dia inteiro do seu “staycation” apenas para encontrar o par perfeito.
Pouco antes do grande dia, John se logou em seu PC com outro nome de usuário e, depois de navegar pelo paywalls, em sua “mídia de patrimônio” preferida, ele acessou o Facebook para fazer uma atualização rápida. Foi quando ele viu o que Mary tinha feito. Ela o havia “de-friended”.
Se você pegou a essência deste conto de amor moderno e de rejeição cruel, pode se considerar um usuário competente e antenado com o idioma inglês.



Oh My God

Esta semana, um editor do Dicionário de Inglês Oxford publicou uma pequena lista de novas palavras a serem consideradas para inclusão em futuras edições, uma lista que incluía Tweetup, a versão do Twitter de um encontro; staycation, um feriado passado em casa; e principalmente de-friend, termo para descrever o ato de tirar alguém da sua lista de amizades no Facebook.
Todos os anos, O Dicionário Macquarie promove uma competição similar da palavra do ano. As indicações deste ano não causaram nenhuma surpresa em serem pesadas nos termos financeiros – “hipotecas de estresse”, “rumourtrage”, bem como a opção sinistra e envolvente ''Zimbabwe option'', que descreve a prática condenada de impressão de mais dinheiro para aliviar uma crise financeira.
Alguns dos formuladores de neologismos são astutos e autodepreciativos – “pornografia da miséria” refere-se à representação da exploração da pobreza em filmes e livros para entreter os mais ricos; e “geek chic” descreve um estilo de vestir - pense em óculos de aro largo e camisas Polo com todos os botões fechados - que tornou-se perversamente na moda.
Algumas palavras bastam ser ditas. “Butterface” é uma mulher com um corpo atraente, “mas seu rosto” não é tão bonito. Sem dúvida, alguns jornalistas vão se opor à inclusão de “mídia de patrimônio”, expressão definida como jornais impressos, TV etc que, embora fortes e influentes no passado, estão perdendo a viabilidade face à mudança dos métodos de comunicação.
Contudo, se essas palavras ainda estarão na boca do povo dentro de mais um ou dois anos é o que ninguém sabe. Linguistas e lexicógrafos concordam que a tecnologia, juntamente com o inglês americano, é de longe a maior força para a mudança no idioma inglês hoje. Isso revolucionou a maneira como nos comunicamos e as coisas que fazemos, e conforme novas coisas se tornam possíveis, temos de encontrar novas maneiras de descrevê-las. E a tecnologia se move de forma extraordinariamente rápida, tornando novas palavras obsoletas mais velozmente do que nunca.

Be Right Back
Como podemos determinar os neologismos que são modismos passageiros e os que deveriam ser incluídos nos dicionários, nosso legado lexicológico para a próxima geração? Como decidir que palavras são merecedoras de serem as representantes oficiais da língua inglesa? Ou será que os dicionários que devem mudar, passando de documentos impassíveis de registros enferrujados para textos mais dinâmicos e flexíveis? “São efêmeras, coisas que surgiram na mídia e não permanecerão”, afirma Susan Butler, editora do Dicionário Macquarie. “O principal teste é a palavra moeda (‘currency’ em inglês e que significa aceitação, circulação, exposição, popularidade, prevalência, publicidade, voga, mas também é o termo usado para designar ‘a moeda’ no geral), as pessoas realmente usaram esta palavra umas com as outras e foram entendidas, e esperavam ser compreendidas”?
David Astle, um compilador de palavras cruzadas para o Herald e autor de Palavras Cruzadas sua coluna de sábado, acredita que há há regras soltas que governam as palavras que vão ficar. "Ou há um verdadeiro fosso que a palavra preenche, ou há um charme ou uma sensualidade na palavra que faz com que queiramos que fique”, diz ele. Astle considera que “de-friend” veio para ficar. Ainda que ele descreva um ato distinto no cyberspace, ela também tem a capacidade de ser generalizada em contextos fora do mundo do Facebook.
Os tradicionalistas podem lamentar a passagem do texto-fala, como LOL e OMG e verbos como “Google” no léxico corrente, mas Buttler diz que essas pessoas não entendem o propósito de um dicionário. Primeiro, ela diz, é uma ferramenta de referência para nos ajudar a soletrar e entender o significado das palavras. Sua outra função é ser um registro verdadeiro da língua em uma sociedade, como ela é usada.
“Isso precisa ser extensivo - palavras que as pessoas amam e palavras que elas odeiam, palavras formais e informais. Isso deve conter todos os aspectos da vida australiana, cultura, história e actividades em curso nela”.
Ninguém sabe se as palavras votadas para este ano ainda estarão por aqui no próximo ano, mas talvez isso não importe.



Geoffrey Nunberg, um linguista que leciona na Universidade da Califórnia em Berkeley, escreveu na revista The New Yorker, recentemente, sobre palavras e na década nós já conhecemos como o Noughties (em 01/01/2000 a BBC especificou "the noughties", uma derivação de "nought" palavra usada para o zero em muitos países de língua inglesa, como um potencial apelido para a nova década em inglês).
“Alguns grupos de palavras formaram narrativas em miniatura”, Nunberg escreve. “Armas de destruição em massa, cakewalk, shock and awe, mission accomplished, backdoor draft, hillbilly armour, stay the course, redeployment. Isso é basicamente a história em dez palavras ou menos."
A gíria americana decolou, impulsionada pela popularidade dos programas de TV nos EUA e filmes. Programas de longa permanência no ar, como Os Simpsons e Seinfeld ampliaram a língua inglesa, e subculturas como skaters, gamers e nerds da música, todos deram suas contribuições - olly, pwn e emo, só para citar alguns.
Depois, há as intermináveis listas de gírias em geral, muitas vezes derivadas de cultura Africano-Americana: BFF, its derivative bestie, whatevs, bling, cougar, chillaxing, homies, hood, peeps, noob and biatch. Todas já podem ter passado enquanto este artigo era postado.
Ninguém está sugerindo que todas estas palavras entrem no dicionário, mas para entender certas partes do mundo moderno, principalmente salas de chat da Internet ou posts no Twitter, você precisa estar okay com elas.
Gírias não são novidade, é claro. Grandes autores, sempre rechearam sua ficção com elas, porque muitas vezes é a melhor forma de captar uma personagem - através do realismo da fala cotidiana. Shakespeare amava gírias. Aqueles que se opõem ao uso de gírias podem perder o ponto, diz Astle.



2 comentários:

  1. Eu posso estar enganado, mas parece que ainda ontem eu peguei uma matéria jornalística pela metade onde falavam da inclusão de termos como "tuitar" no dicionário brasileiro atualizado... Acho que uma palavra dessas não pode ser oficializada, pois amanhã mudam a tecnologia e o "tuitar" entra em desuso por obsolecência...

    Acho muito delicado esse negócio de introduzir palavras casuais, e até regionais, no idioma oficial, seja ele qual for.

    Nesse caso, faço questão que a palavra "trem" seja tratada com respeito em toda a sua extensão no dicionário mineirês-português, como a definição de tudo aquilo que possa representado por alguém. Ex: ô trem feio; ô trem gostoso; Segura o trem aí; comprei um trem caro ontem; tô com um trem dolorido aqui na perna; entrou um trem no meu olho; me passa o trem pra temperar salada; pega as malas que a bicha vem chegando... (bicha=trem) KKKKKK

    Grande abraço!
    Adriano

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