Mais uma vez, vou comentar o post no blog de um amigo, O Esporte, a Sociedade e o Mundo dos Negócios, com um post no meu blog. Fazer o quê, se o Adriano Berger levanta, com boa frequência, temas que “dão pano para mangas”?
Adriano, pior do que ficar atrás de países como o Uruguai, é saber que a meta estabelecida pelo MEC é menor do que a média geral da avaliação internacional. Isso me faz lembrar meus tempos de ginásio. No meu colégio, para um aluno passar de ano direto, sem provas finais, precisava tirar, no mínimo, 7.5 de média bimestral. Lembro-me que quando eu dizia isso para colegas meus de outras escolas, alguns ficavam surpresos. Uma vez perguntei o porquê da surpresa. A resposta me veio simples e objetiva. “Na minha escola (era uma escola pública) a média para passar direto é 5.0”. Na hora, fiquei sem saber o que pensar, pois não havia nada a ser dito. É mais ou menos isso que acontece com a média do MEC. Eu só gostaria de saber como o MEC chegou a esse número. Se não houver um argumento muito bem fundamentado (e eu acho que não tem), eu pergunto: por que não 396? Ou ainda, por que não 394? Será que é sorteio?! Devo rir ou chorar? Eu deveria pedir ajuda para dar uma surra, exatamente isso que vocês leram, uma surra bem dada, nessa gente que vive de emprego público, pago com o dinheiro do nosso imposto de renda, e ainda se acham no direito de (não)fazer esse tipo de coisa. Talvez eles até pensem que estão fazendo o certo. Isso é que me assusta!
Quanto à média de países como o Quirguistão e Azerbaijão, penso que eles, sim, estão numa média esperada, pois eram repúblicas da ex-URSS até alguns anos e só agora começaram a renascer como nação independente. Também a Albânia, país socialista do leste europeu, que em 1990, se digladiou com os sérvios na região do Kosovo. Ou seja, estes países acabaram de sair de guerras.
Você acha constrangedora a meta do MEC para figurar apenas entre os países mais fracos? Isso porque você é um rapaz polido, pois, para mim, isso é uma indecência. O que mais te intriga é ver que o PAC não contempla as necessidades de ajustes salariais e a capacitação profissional do próprio Ministério da Educação? Como se a Aceleração do Crescimento não passasse, obrigatoriamente, pelo desenvolvimento educacional da população? Adriano, meu amigo, eu sei que você não é ingênuo e é um homem de inteligência prodigiosa. Realmente, não sei o bicho que te mordeu para você pensar que o PAC seria utilizado para os fins teóricos que o criaram.
O PAC foi feito, na realidade, para eleger “la dophine de Lulá” como diziam os jornalistas franceses. Onde ele seria aplicado, não importava muito. A relevância dele estava no fato de ser um dinheiro para prover com obras de maquiagem os estados nos quais mais alarde seria feito pelo acontecido. Foi o caso do Rio de Janeiro e os enfeites das favelas, tais como teleféricos, uma ou outra rua calçada, um campo de futebol (isso é de praxe), uma pracinha que terá seus brinquedos vandalizados em pouco tempo, e os famigerados apartamentos de frente para o mar do Pavão-Pavãozinho. Essas "frugalidades”, você me entende.
Realmente, não é surpresa nenhuma para nós que os primeiros colocados no ranking da OECD sejam China, Hong Kong, Cingapura, Coréia do Sul (os ainda tigres asiáticos) e a Finlândia (país dos aparelhos celulares).
O Professor Anísio Teixeira deve estar se revirando na cova ao ver como estão as crianças no Brasil, em termos de ensino. Ele, que foi “O inventor da escola pública no Brasil”, pioneiro na implantação dessas escolas em todos os níveis, pois elas refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita e de qualidade para todos. Um homem como esse, poucas pessoas conhecem ou sequer ouviram falar.
Lendo os dois últimos parágrafos do seu post, preciso perguntar outra vez: Adriano, meu amigo, conte-me, não me esconda o nome do bichinho que te mordeu e te deixou assim... Digamos... Crédulo.
Ora, num país em que os candidatos usam o debate presidencial para agir como “prefeitinhos”, fazendo promessas de construir escolas, hospitais, prisões, casas populares, pracinhas e afins, em vez de debater, verdadeiramente, no nível presidencial, ou seja, pensar nas melhores políticas públicas para as diversas áreas estruturais que constituem toda sorte de problemas no país, o que você espera que seja feito? Respondendo sua pergunta, vamos sim, continuar no mesmo blá-blá-blá de sempre. Se os candidatos a presidente da república não sabem o que são assuntos da esfera de decisão deles (ou melhor, sabem, mas não lhes é conveniente executar) e vivem de promessas de campanha como se ainda estivéssemos no século XIX, é claro que a resposta é blá-blá-blá.
O estabelecimento de cotas universitárias para negros é sim para “inglês ver”, como você mesmo disse, pois o problema educacional no Brasil, historicamente, nunca esteve nas universidades. Ele sempre esteve na educação de base. O ponto é que hoje, nem isso mais resolve, porque já se deixou não apenas o sistema educacional decair, mas deixou-se a sociedade se degradar em tamanha inversão de valores, que, às vezes, penso que estamos acoados num beco sem saída.
Entretanto, não vou ficar em nenhum dos extremos. Certamente, não a geração que aí está, tampouco a nossa, nem mesmo a geração da minha filha, que tem 27 anos, mas a geração da sua filha, que ainda é uma criança, diante de tantas questões que se apresentam atualmente para todas as sociedades deste mundo globalizado, vai repensar tudo o que já foi feito e, talvez, refazer do zero. Será que precisaremos ir tão longe para que o ser humano evolua moralmente?
Adriano, pior do que ficar atrás de países como o Uruguai, é saber que a meta estabelecida pelo MEC é menor do que a média geral da avaliação internacional. Isso me faz lembrar meus tempos de ginásio. No meu colégio, para um aluno passar de ano direto, sem provas finais, precisava tirar, no mínimo, 7.5 de média bimestral. Lembro-me que quando eu dizia isso para colegas meus de outras escolas, alguns ficavam surpresos. Uma vez perguntei o porquê da surpresa. A resposta me veio simples e objetiva. “Na minha escola (era uma escola pública) a média para passar direto é 5.0”. Na hora, fiquei sem saber o que pensar, pois não havia nada a ser dito. É mais ou menos isso que acontece com a média do MEC. Eu só gostaria de saber como o MEC chegou a esse número. Se não houver um argumento muito bem fundamentado (e eu acho que não tem), eu pergunto: por que não 396? Ou ainda, por que não 394? Será que é sorteio?! Devo rir ou chorar? Eu deveria pedir ajuda para dar uma surra, exatamente isso que vocês leram, uma surra bem dada, nessa gente que vive de emprego público, pago com o dinheiro do nosso imposto de renda, e ainda se acham no direito de (não)fazer esse tipo de coisa. Talvez eles até pensem que estão fazendo o certo. Isso é que me assusta!
Sinal dos tempos... |
Quanto à média de países como o Quirguistão e Azerbaijão, penso que eles, sim, estão numa média esperada, pois eram repúblicas da ex-URSS até alguns anos e só agora começaram a renascer como nação independente. Também a Albânia, país socialista do leste europeu, que em 1990, se digladiou com os sérvios na região do Kosovo. Ou seja, estes países acabaram de sair de guerras.
Você acha constrangedora a meta do MEC para figurar apenas entre os países mais fracos? Isso porque você é um rapaz polido, pois, para mim, isso é uma indecência. O que mais te intriga é ver que o PAC não contempla as necessidades de ajustes salariais e a capacitação profissional do próprio Ministério da Educação? Como se a Aceleração do Crescimento não passasse, obrigatoriamente, pelo desenvolvimento educacional da população? Adriano, meu amigo, eu sei que você não é ingênuo e é um homem de inteligência prodigiosa. Realmente, não sei o bicho que te mordeu para você pensar que o PAC seria utilizado para os fins teóricos que o criaram.
O PAC foi feito, na realidade, para eleger “la dophine de Lulá” como diziam os jornalistas franceses. Onde ele seria aplicado, não importava muito. A relevância dele estava no fato de ser um dinheiro para prover com obras de maquiagem os estados nos quais mais alarde seria feito pelo acontecido. Foi o caso do Rio de Janeiro e os enfeites das favelas, tais como teleféricos, uma ou outra rua calçada, um campo de futebol (isso é de praxe), uma pracinha que terá seus brinquedos vandalizados em pouco tempo, e os famigerados apartamentos de frente para o mar do Pavão-Pavãozinho. Essas "frugalidades”, você me entende.
Agora que já estou eleita... O Mantega que aguente. |
Realmente, não é surpresa nenhuma para nós que os primeiros colocados no ranking da OECD sejam China, Hong Kong, Cingapura, Coréia do Sul (os ainda tigres asiáticos) e a Finlândia (país dos aparelhos celulares).
O Professor Anísio Teixeira deve estar se revirando na cova ao ver como estão as crianças no Brasil, em termos de ensino. Ele, que foi “O inventor da escola pública no Brasil”, pioneiro na implantação dessas escolas em todos os níveis, pois elas refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita e de qualidade para todos. Um homem como esse, poucas pessoas conhecem ou sequer ouviram falar.
Professor Anísio Teixeira |
Lendo os dois últimos parágrafos do seu post, preciso perguntar outra vez: Adriano, meu amigo, conte-me, não me esconda o nome do bichinho que te mordeu e te deixou assim... Digamos... Crédulo.
Ora, num país em que os candidatos usam o debate presidencial para agir como “prefeitinhos”, fazendo promessas de construir escolas, hospitais, prisões, casas populares, pracinhas e afins, em vez de debater, verdadeiramente, no nível presidencial, ou seja, pensar nas melhores políticas públicas para as diversas áreas estruturais que constituem toda sorte de problemas no país, o que você espera que seja feito? Respondendo sua pergunta, vamos sim, continuar no mesmo blá-blá-blá de sempre. Se os candidatos a presidente da república não sabem o que são assuntos da esfera de decisão deles (ou melhor, sabem, mas não lhes é conveniente executar) e vivem de promessas de campanha como se ainda estivéssemos no século XIX, é claro que a resposta é blá-blá-blá.
Cotas nas universidades? |
Entretanto, não vou ficar em nenhum dos extremos. Certamente, não a geração que aí está, tampouco a nossa, nem mesmo a geração da minha filha, que tem 27 anos, mas a geração da sua filha, que ainda é uma criança, diante de tantas questões que se apresentam atualmente para todas as sociedades deste mundo globalizado, vai repensar tudo o que já foi feito e, talvez, refazer do zero. Será que precisaremos ir tão longe para que o ser humano evolua moralmente?
Adorei!! Tirou das entrelinhas tudo o que deixei, kkkkkk. Eliane, o assunto é tão revoltante, que hoje quase que escrevi mais um post sobre o mesmo tema: escola. Já reparou no número de matérias dos noticiários que vem mostrando o quanto a juventude está animalizada cada dia mais? Batem em professores (isso é meio novo), brigam entre si (isso já é mais velho), e agora utilizam salas de aula vazias para fazer filmagem de sexo entre si pelos celulares!! Nossos alunos viraram produtores da indústria pornográfica... Isso me deixou chocado! E cheiram droga pelos cantos e fazem tudo aquilo que ainda achamos horripilante, bem dentro do pátio escolar...
ResponderExcluirDefinitivamente, a sociedade está tomando um rumo assustador. E mais uma vez a culpa é de quem? Dos adultos. O mundo os tirou de dentro de casa e deixou seus filhos entregues à própria sorte. E o resultado é isso. Voltamos àquele tema que você tem cobrado insistentemente: o consmumismo dominou o cidadão, e hoje somos escravos do dinheiro, do trabalho e da sociedade de consumo inconformada com o que já tem, sedenta por mais, mais, mais e cada vez mais.
E voltando ao tema das notas escolares, num dado momento voltei a pensar nos argumentos de quem ainda defende aquela idéia de que não se deve reprovar alunos do ensino primário para evitar a evasão escolar. Ou seja: para melhorar o índice de analfatebismo perante o mundo, hoje nossas crianças são tratadas como alfabetizadas assim que concluem o ensino primário, onde bastou frequentar a escola para ser aprovada. É mole? E me diga: como é que vamos melhorar as notas nos próximos 3 anos e melhorar nossa posição no ranking das piores educações do planeta com essa política na educação?! O Brasil é o país onde educação é coisa pra rico, onde paga-se por uma boa escola a média de 1.400,00 por mês. Quem não puder pagar, que espere pela sorte de entrar num dos programas populistas de cotas do governo (outra providência para inglês ver) ou faça uma daquelas milhares de faculdades particulares que lhe darão diploma, mas não darão conhecimento para disputar emprego. E assim caminha a mediocridade do nosso querido Brasil... Cada vez mais é cada um por si, porque contar com o poder público é mais difícil do que esperar a fada dos dentes, rsrsrs
Abraços!
Adriano, meu anjo, keep calm and carry on!
ResponderExcluirVeja, o 1º parágrafo do seu comentário é aquela tal inversão de valores que, não quero ser reacionária, mas, cá pra nós, é a TV Globo (a única que pega até em aldeia de índios na Amazônia) que prega todos os dias na sua programação "divina e majestosa". Nossas crianças são movidas a Faustão, Fantástico, BBB, novela das 21h, Jornal Nacional, enfim... Uma gama de lixo tóxico que deixa a sociedade infectada. Em que TV ABERTA do mundo transmitem o desenho animado 'Os Simpsons'? Na TV Globo com certeza absoluta e penso que em alguns países sulamericanos. Não tenho certeza, mas não acredito que as TVs abertas européias transmitam esse lixo todo. O consumismo que assola o mundo hoje realmente me assusta por ser o "objetivo de vida" de muita gente. Mas o comportamento atual das nossas crianças é o reflexo do que está sendo transmitido na TV. O pessoal vai dizer... E a internet? OK, a internet é um território de ninguém, onde tudo pode, por enquanto. Mas há formas de controlarmos as crianças em relação à internet.
Só que há um outro probleminha, Adriano, é que a mesma TV que apresenta lixo às crianças, o faz ao mesmo tempo com seus pais. E aí ficamos num círculo vicioso.
Ainda outro dia, vi uma mãe com uma criança de uns 5 ou 6 anos pela mão no supermercado. A criança insistia em pedir um chocolate para a mãe. A mãe, já cansada dos resmungos do filho, pegou o chocolate e olhou o preço. Aí se virou pra criança e disse: O quê? R$5,00? Isso é mais do que uma lata de cerveja!
Minha vontade foi de partir pra porrada mesmo, sabe?! Essa mãe só merecia isso, uma surra. Mas no final das contas, eu é quem estaria provocando um escândalo sem motivo no local. Respirei fundo e saí dali rapidamente pra não ouvir mais nada.
Não são apenas as crianças, mas as "crianças" que são "pais e mães" dessa criança. Como vc disse, é muito mais embaixo, muito mesmo.
O ruim é quando a gente sabe onde estão os problemas não não tem poder para resolvê-los. Mas podemos ir fazendo a nossa parte. Com o tempo (muito tempo) chegaremos lá.
Abraços