segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ver é com os olhos?

Às vezes, penso que não haverá um modo de fazer com que os humanos se entendam neste planeta e que os valores morais elevados prevaleçam. Hoje, tive uma pequena mostra de que nem tudo está tão perdido assim. Por acaso, pondo minhas leituras na internet em dia, deparei-me com o vídeo abaixo. Achei sensacional. É... Talvez os homens de boa vontade ainda queiram a paz na Terra.


Breve histórico desta pesquisa
Em junho de 2009, o dispositivo BrainPort® Vision, uma prótese visual projetada para cegos, auxiliando nas áreas de orientação, mobilidade, identificação de objetos, e leitura local, foi apresentado durante o McGowan Institute for Regenerative Medicine’s First Annual Open Session, Pittsburgh. Cpl. Mike Jernigan, um fuzileiro naval médico aposentado, que perdeu ambos os olhos depois de ferido por uma bomba no Iraque em 2004, demonstrou o dispositivo. Em outubro de 2010, a empresa licenciada do BrainPort® Vision, a Wicab, Inc., anunciou que recebeu uma doação de US$ 3.2M do Defense Medical Research and Development Program. Os fundos foram utilizados para avaliar e aperfeiçoar o referido dispositivo.
O BrainPort® Vision permite a percepção da informação visual, utilizando o sistema da língua e da câmera, funcionando em par, como substituto para os olhos. A informação visual é coletada a partir de uma câmera de vídeo e traduzida em padrões de estimulação elétrica suave na superfície da língua. Aqueles que já experimentaram o aparelho descrevem-no como “figuras desenhadas com bolhas de champanhe em sua língua”. Depois de treinamento para adaptação ao uso do aparelho, os usuários conseguem perceber a forma, o tamanho, a localização e o movimento dos objetos em seu ambiente. O BrainPort® Vision destina-se a aumentar, em vez de substituir, a tecnologia de apoio, tal como bengalas dobráveis ou cães-guia.
Aimee Arnoldussen, PhD da Wicab, coordenou a execução das etapas para a concessão da licença. Trata-se de um programa conjunto entre as seguintes instituições: o McGowan Institute for Regenerative Medicine, o UPMC Eye Center—The Louis J. Fox Center for Vision Restoration of UPMC e a University of Pittsburgh. A concessão deu suporte ao teste inicial do BrainPort® Vision feito pelos cegos, incluindo gabarito e resultados de testes, que direcionarão futuras evoluções do dispositivo.
O BrainPort® Vision foi desenvolvido pelo falecido Dr. Paul Bach-y-Rita, neurocientista da Universidade de Wisconsin-Madison. A Wisconsin Alumni Research Foundation – WARF detém as patentes desta tecnologia e elas estão licenciadas exclusivamente para Wicab. O BrainPort® Vision é atualmente um dispositivo em fase de uso acompanhado e não está disponível para a venda. A Wicab Inc. busca financiamento adicional que suporte a aprovação do FDA e sua posterior comercialização.



sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Calendário Revolucionário Francês

Alguém já ouviu falar no calendário revolucionário francês? Penso que muitos ainda não. Na primeira sessão da Convenção Internacional de 21/09/1792, foi criado um calendário específico, substituindo o gregoriano, com pretensões de torná-lo Universal. Ele pretendia simbolizar a quebra com a ordem antiga e o início de uma nova era na história da humanidade. Este calendário tinha características marcadamente anticlericais e passou a basear-se nos fenômenos da natureza. Os nomes dos dias e dos meses foram concebidos pelo poeta Fabre d'Églantine.
Os nomes dos meses foram inspirados nas condições climáticas ou agrícolas na França. Vendêmiarie, Brumaire, Frimaire, Nivôse, Pluviosde, Ventôse, Germinal, Floreal, Prairial, Messidor, Thermidor, Fructidor.
Os meses foram divididos em 3 décadas, numeradas de 1 a 3, e os dias, de 1 a 10, na respectiva década: Primidi, Duodi, Tridi, Quartidi, Quintide, Sextidi, Septidi, Octidi, Nonidi, Décaldi.
Posteriormente, as décadas foram intituladas com nomes tirados de plantas, animais ou de objetos acrícolas.
O ano I do calendário revolucionário teve início à meia-noite do Equinócio verdadeiro do Outono, segundo o meridiano de Paris (22/09/1792). Eliminaram-se as festas religiosas católicas, os nomes dos santos e até os domingos, compensado pelo Décadi. Em um determinado período, a França iniciava o ano no dia da Páscoa, criando o que veio a ser conhecido por Estilo Francês ou Estilo da Páscoa. Esse estilo gerava anos que poderiam conter entre 330 e 400 dias.

Relógio Republicano... Veja a posição dos ponteiros.

No reinado de Carlos IX, o calendário passou a iniciar-se a partir de primeiro de janeiro. O ano do calendário revolucionário francês foi dividido em 12 meses de 30 dias cada. Após o 360 dia, inseriam-se 5 dias complementares e um sexto dia a cada quatriênio. Eram 4 as estações do ano, a saber:


Estação do ano Mês no calendário republicano Significado do nome
Outono Vendêmiarie Vindima, colheita das uvas
Brumaire brumário, nevoeiro
Frimaire geadas ou frimas
Inverno Nivôse referente a neve
Pluviose chuvoso
Ventôse referente aos ventos
Primavera Germinal relativo à germinação das sementes
Floreal mês das flores
Prairial mês dos prados
Verão Messidor messis, palavra latina que significa colheita
Thermidor mês do calor
Fructidor mês dos frutos

O dia do calendário revolucionário francês foi dividido em 10 horas de 100 minutos e estes em 100 segundos. A divisão do dia em base decimal jamais foi usada na prática, tendo sido abolida oficialmente em 1795. Esse sistema durou 4.848 dias do calendário gregoriano, ou, de 22/09/1792 até 31/12/1805. Foi abolido em 31/12/1805, através de um decreto de Napoleão. A partir de 01/01/1806, já no primeiro império Napoleônico, voltou a prevalecer o calendário gregoriano.

Fatos Importantes Correlacionados com o Calendário Gregoriano
Durante o chamado período do calendário revolucionário francês, houve diversos acontecimentos históricos. Desses, destacamos alguns do mais importantes.


- 9 Termidor - 27/07/1794
   Queda de Robespierre, guilhotinado no dia seguinte.
- 13 Vindemiário - 05/10/1795
   Golpe dos Realistas
- 18 Brumário - 09/11/1799
   Napoleão volta do Egito, derruba o Diretório e estabelece o Consulado.

Fonte: Almanaque Info



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Blogueira sumida

Caros leitores, estou sumida e o blog, parado. Em breve, voltarei para contar novidades, comentar minhas indignações e tudo mais que aparecer. Por enquanto, estou tentando me aposentar. Tenho tomado chá de cadeira há dias na Previdência Social. Vou conseguir. Afinal de contas, sou uma futura aposentada pós-moderna.


domingo, 23 de janeiro de 2011

Parabéns, São Paulo

Aos 457 anos, São Paulo está de parar o trânsito! Se alguma coisa acontece no meu coração quando vou a São Paulo é taquicardia que, com a idade, pode se transformar em uma angina crônica. Sintam o drama.



Contudo, a ‘qutrocentona’ é uma cidade e tanto que, para mim, tem seu ícone maior em Adoniran Barbosa e seu sambinha paulista maravilhoso. Em 25 de janeiro, Feliz Aniversário, São Paulo! 


Adoniran Barbosa, em foto de 1980, com seu figurino típico chapéu e gravata borboleta.



sábado, 22 de janeiro de 2011

As sirenes do Borel

Lembram-se do "Perdidos no Espaço"?
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, apresentou na manhã desta sexta-feira (20) no morro do Borel, na Tijuca, zona norte da cidade, a primeira sirene instalada em comunidades para alertar a população sobre riscos de deslizamento em caso de chuvas fortes.
Ao todo, serão 60 equipamentos funcionando nos locais apontadas pelo mapeamento desenvolvido pela Geo-Rio, que identificou 117 comunidades com pontos com alto risco de deslizamento.
As sirenes serão acionadas caso a Defesa Civil e o Alerta-Rio identifiquem que as chuvas atingiram níveis críticos. Neste caso, auxiliado pelo toque do alarme, os agentes comunitários vão orientar os moradores a deixarem suas casas e se dirigem a locais seguros previamente identificados. A prefeitura capacitou 1875 agentes de Saúde e Defesa Civil e 300 líderes comunitários para atuarem nestas situações.
 

Deixa ver se eu entendi... Não, pensando melhor, não quero nem saber se eu entendi ou não. Vou fingir que não li essa notícia em jornal nenhum, não ouvi essa pérola em rádio nenhuma, que não vi mais esse vexame nos jornais das TVs internacionais. Aonde ficam as avestruzes mais próximas? Quero juntar-me a elas!!! Socorro. Isso não está acontecendo. É um pesadelo. Mais um. Com o meu dinheiro... Com o SEU dinheiro!

Remover as famílias das áreas de alto risco não rola, não, né?! E as medidas de prevenção? As políticas de infraestrutura? Ahhh... Eu sempre me esqueço daquela bolinha vermelha que tem no meu nariz. Só me lembro dela quando pago mais um DARF do IR.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Exsite uma coisa chamada Gestão Urbana

Eu já falei tanto sobre isso que, mesmo sabendo que pode ficar enfadonho, preciso repetir, até porque não falei nem uma linha sobre a tragédia das cidades serranas fluminenses.

Neste blog, pelo próprio nome, eu já abordei diversos assuntos. Já falei desde a Teoria de Malthus, passando pela politicagem indecente na ocupação desordenada do Horto do Jardim Botânico no Rio de Janeiro, pela especulação imobiliárias nas favelas, pelos transportes rodoviários em detrimento dos ferroviários, pela falta indecente de metrô no país, pelo ritmo de crescimento das cidades que está sendo muito superior do que o normal, pela transformação das cidades em megalópoles, pela gestão urbana, pela tragédia da favela do Morro do Bumba e suas obras de maquiagem que só fizeram incrementar seu crescimento, pelos projetos de teleféricos feitos com o dinheiro do PAC, até o aquífero Guarani e a hidrelétrica de Belo Monte. Mas meu blog não tem o poder de que precisamos para mudar tudo o que aí está. Para isso precisaríamos da fada madrinha da Cinderela e sua varinha de condão.

Ainda outro dia num post que eu falava sobre a educação disse o seguinte: “Num país em que os candidatos usam o debate presidencial para agir como “prefeitinhos”, fazendo promessas de construir escolas, hospitais, prisões, casas populares, pracinhas e afins, em vez de debater, verdadeiramente, no nível presidencial, ou seja, pensar nas melhores políticas públicas para as diversas áreas estruturais que constituem toda sorte de problemas do país, o que você espera que seja feito? Respondendo sua pergunta, vamos sim, continuar no mesmo blá blá blá de sempre”.

De nada adianta ser o ‘B’ dos BRICs se instituições e seus representantes defendem invasões de patrimônio histórico federal e considerado pela UNESCO como reserva da biosfera. Isso não é o máximo do terceiro mundismo?!

Hoje postei no Facebook uma reportagem na qual Raquel Rolnik, professora da FAU da USP, falava sobre a importância da gestão do solo e da necessidade de mudança do modelo de desenvolvimento urbano e da lógica de organização das nossas cidades. Ela dizia: ”Obras emergenciais não são suficientes para cidades castigadas pelas chuvas”, referindo-se às chuvas da região serrana fluminense. Assim como ela, eu que não sou especialista em urbanismo, consigo enxergar claramente, por conta da minha primeira formação em Ciências Biológicas em 1982, que é tudo uma questão de planejamento de políticas diversas de infraestrutura. E uma coisa puxa a outra. Precisamos de políticas claras e sérias para energia, transportes, telecomunicações, educação, saneamento básico, saúde, gestão urbana, planejamento das cidades em seus tamanhos, local apropriado para crescimento, cinturões verdes delimitando as cidades entre outras coisas.

Professora Raquel Rolnik
Tudo por que passou o estado do Rio de Janeiro só evidencia “falhas históricas e estruturais na ocupação de territórios”, conforme disse Raquel Rolnik. Falando em erros históricos, eu já disse aqui que os inúmeros aterros com inúmeras finalidades fizeram com que, mesmo bem no início do século XX, o Rio de Janeiro sofresse consequências da intervenção humana na urbanização do seu entorno. Já em 1902, a Rua do Senado, por exemplo, sofria com enchentes como as que vemos ainda hoje naquela área. Certamente o aterro da Lagoa do Boqueirão (atual Passeio Público) e pequenos mangues em seu entorno, contribuíram para tais enchentes. Falei da Praça da Bandeira, um local que sempre sofreu com enchentes, porque esta praça é a foz dos rios que nascem no maciço da Tijuca e desaguam no mar da baía de Guanabara. No início do século XIX, o mar chegava àquela área, visto que não existia a Avenida Francisco Bicalho e seu entorno. Falei dos vários magues existentes no caminho entre a atual Praça Tiradentes e o Paço de São Cristóvão que foram todos aterrados para facilitar o trânsito entre São Cristóvão e o centro da cidade.

Quando se fala em planejamento urbano no Brasil, segundo Raquel Rolnik, a pauta é definida basicamente do ponto de vista da construção de obras, e não leva em conta a gestão adequada do solo. As consequências são conhecidas: ocupação de várzeas de rios e construções em encostas de morros, que deveriam servir para amortecer os impactos dos fenômenos climáticos.

Vou repetir aqui no blog uma citação do século XVI, que nunca esteve tão atual. "Nada é mais difícil de executar, mais duvidoso de ter êxito ou mais perigoso de manejar do que dar início a uma nova ordem de coisas. O reformador tem inimigos em todos os que lucram com a velha ordem e apenas defensores tépidos nos que lucrariam com a nova ordem." Nicolau Maquiavel



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Chama o Síndico !

Desde 2003, entender os acontecimentos no Brasil não é tarefa simples. Não consigo entender:

Como terroristas de esquerda bradam aos ventos que lutavam pelo retorno da democracia no Brasil? Desde quando guerrilheiros de organizações terroristas têm intenção de estabelecer democracia em algum lugar? O que estes indivíduos pretendem é impor uma ditadura comunista/socialista, nos moldes cubanos. Se esses terroristas tivessem conseguido seu intento há 25 anos, hoje estaríamos lutando contra as FARB do guerrilheiro José Genoíno nas selvas, assim como a Colômbia luta até hoje contra as FARC.

Como falar em Lei da Anistia se essa lei não prevê reciprocidade? Li no site “A Verdade Sufocada”, nome do livro escrito pelo Cel. Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI/CODI/II Exército, em São Paulo, de 1970 a 1974, um parágrafo sobre a Lei da Anistia (a “bolsa ditadura”, como diz o Gal. Leônidas Pires Gonçalves), que vale a pena transcrever aqui. “Ziraldo, Jaguar e Carlos Heitor Cony receberam indenizações superiores, cada um, a R$ 1 milhão, além de uma pensão mensal que, em alguns casos, como o do Cony, equivale ao salário de um ministro do STF. Um detalhe: esses privilegiados não pagam imposto de renda (conforme Decreto nº 4.897/2003). A Comissão prevê que 40.000 pessoas entrarão com pedido de indenização. Alguns Estados também criaram suas próprias Comissões, de modo a ampliar ainda mais essa nefasta ação entre amigos. Face a esse assalto escandaloso aos cofres públicos, já em torno de R$ 4 bilhões, Millôr Fernandes questionou: "... então eles não estavam fazendo uma rebelião, mas um investimento?”...

Os militares sempre foram o “Judas” da mídia, da imprensa. Entretanto, já em 2006, eles começaram a ser lembrados pelos ainda candidatos a candidatos à presidência da república. Senão, por que José Serra, à época ainda governador de São Paulo não assumidamente candidato, outorgou aos comandantes militares e os maiores representantes de cada força no Estado de São Paulo a Ordem do Ipiranga no grau Grã Cruz? Por que o governo Lula usou como cartas na manga para eleger Dilma Roussef, os movimentos para aquisições recentes como o dos submarinos da França, helicópteros, veículos blindados e a possível indicação do vencedor do Programa F-X2? Este, na minha opinião pessoal, será devidamente suprimido, eliminado, excluído, cortado pelo atual governo, como quem tira um doce da boca de uma criança.

O mais irônico em tudo isso é que, desde que me conheço por gente, sempre que o país passa por uma situação de dificuldade ou grande urgência, o poder público sai correndo, gritando por socorro para as forças armadas, como se fossem crianças correndo para a barra da saia da mãe aos primeiros sintomas de uma dor de barriga.

Jamais entenderei o porquê da tortura de um só lado. Até hoje livros didáticos de história expressam essa “versão”. O grande problema na História, não só a do Brasil, mas da civilização, é que ela é contada sempre pelo ponto de vista dos vencedores, jamais dos vencidos. Isso faz da história um grande jogo de parcialidade de autores de estudos e teses, conforme suas crenças ideológicas mundo afora. A imprensa brasileira criou e fez com que as forças armadas engolissem o estigma de “torturadores”. Mas e os atuais senhores políticos do Partido dos Trabalhadores, incluindo aí a presidente da república, que fizeram parte da luta armada, assaltaram banco, sequestraram, mataram inocentes, não são “torturadores”? Por que não? Qual o motivo para que os militantes de esquerda tenham o direito divino de serem coitadinhos, anjinhos tocando harpa em nuvens cor-de-rosa? Se toda essa “bravura” esquerdista era por admiração pelos (estes, sim) ditadores Fidel Castro, os soviéticos etc, por que não se mudaram de mala e cuia para Cuba ou para a falecida URSS? Lá estariam bem próximos dos seus ídolos.

Ironia é ver que o fator determinate para a operação no Complexo do Alemão ter acontecido foi exatamente a presença das forças armadas.

Ironia é ver que, pouco tempo depois, a atuação da defesa civil do estado do Rio de Janeiro foi insignificante perante a magnitude da tragédia da região serrana fluminense. E o que fez o poder público diante do vexame internacional que se tornou o acontecimento? Chamou o Síndico! Ou melhor, os Síndicos. O Exército Brasileiro, a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira. E não se iludam, caros leitores, o Corpo de Bombeiros de cada estado do país, que tanto admiramos, é uma instituição militar. Ufano-me dos homens e mulheres militares do meu país.

Alguém ainda se lembra da música do Jorge Bem Jor, W/Brasil (Chama o Síndico)? Deixarei aqui a interpretação irretocável de um jovem paulista sobre a letra desta música. ”Meu, agora só falta a explicação. Vamos lá: Tem bastante ligação com a Urbanização e os problemas que ela carrega com ela, como favelas (a do jacarezinho). ‘Alô jacarezinho’, ‘avião’ (nome adotado pelos moradores para saber como anda a ronda) ‘cuidado com o disco voador’ (tudo que é de fora, é estranho, é extra-terrestre, ou seja, a polícia). ‘Tira essa escada daí, essa escada é pra ficar aqui fora’ (Jorge Ben está falando sobre o traficante Escadinha que teve uma das maiores e mais famosas fugas da cadeia... Foi quando um helicóptero o pegou em cima da cadeia. E ele ajudava a comunidade, por isso ‘tira essa escada daí, ela é pra ficar aqui fora’ porque ele fazia pela comunidade). ‘Eu vou chamar o síndico’ (todo mundo que conheceu o Tim Maia sabia que sua vida foi muito intensa, ele se drogava demais e era muito ausente em seus shows por isso o verso ‘eu vou chamar o síndico, TIM MAIA’ (que representa aí, o estado, sempre ausente)). Obs: por acaso o Tim Maia morou no mesmo prédio que Jorge Ben e realmente foi síndico. Meu, e por aí vai... Essa música é muito boa... Foda mesmo. Pura crítica. Agora o resto fica pra imaginação mesmo porque a análise é longa!" (sic)

Termino com o meu mais nobre aplauso àqueles que jamais perdem de vista o compromisso com a pátria. Esta palavra que foi esmagada, injuriada, desprezada, magoada pelo silêncio criminoso dos “intelectuais” de esquerda.

Deu no Niuiórquitáimi... Esse cara é um dadaísta incrível!




domingo, 16 de janeiro de 2011

Depois Eu Conto

Zé Trindade e Dercy Gonçales
Hoje, final de manhã de domingo, liguei a TV nos canais que eu e pouquíssimas pessoas gostamos de assistir. Parei na TV Cultura e não me contive. Pena que peguei o filme pela metade. Começara às 11:15h o filme nacional “Depois Eu Conto”. Vejam a ficha técnica:
Depois Eu Conto - 1956 Titulo: Depois Eu Conto Gênero: Comédia Musical Lançamento: 1956 Pais: Brasil Duração: 105 min. Direção: Watson Macedo Roteiro: Anselmo Duarte Produção: Watson Macedo Produções Elenco: Anselmo Duarte, Eliana, Ilka Soares, Dercy Gonçalves, Grande Otelo, Teófilo de Vasconcelos, Zé Trindade, Heloísa Helena, Humberto Catalano, Marion, Wilson Viana, Dea Selva, Fernando Azevedo, Dircinha Batista, Linda Batista... DVD - PeB Numeros Musicais Ivon Curi - Marion - Jorge Veiga Carmen Costa - Jamelão Vocalistas Tropicais - Linda Batista Dircinha Batista - Alcides Gerardi Fernado Azevedo e sua Orquestra Luiz Bonfá.

Nós não damos a menor bola para a cultura nacional, menos ainda em se tratando de coisas mais antigas. Infelizmente, muitos não tiveram a oportunidade de ter visto essa gente viva. Uma pena.

Uma comédia ingênua e despretenciosa, a não fazer rir. Dercy Gonçalves, como sempre, impagável. O filme procura explorar a hipocrisia da classe média, tirando partido dos boatos do 'Café Society'. Gostoso mesmo é ver as cenas de externa, que neste filme havia poucas. Ver uma externa num filme de 1956 é simplesmente não reconhecer o Rio de Janeiro ou, no mínimo, sentir saudade daquilo que sequer vivemos.

O que me fez escrever este post sobre o filme foram as gírias usadas pelas personagens. Algumas já conhecidas de todos, outras tantas, eu jamais escutei na minha vida. A que me chamou atenção mesmo foi “piu-piu”. Acreditem ou não, o filme terminou e eu não sei o que significava essa gíria dos anos 50. Pelo gesto repetido de quem a dizia, entendi que se tratava de algo parecido com “fechar o bico” ou ficar de boca fechada. Os diálogos eram sensacionais. O mocinho, o Zé da Bomba (de gasolina), sempre o Anselmo Duarte, quando chamava Dona Ofélia, a personagem da Dercy, de “jararaca” era quando queria ofender muito. Mas foi neste diálogo que Zé da Bomba nocauteou a Dona Ofélia:
Dona Ofélia: - Eles descobriram que eu tenho uma veia teatral.
Zé da Bomba: - Há há... Só se forem varizes.


Pois é, esse foi o grau máximo de ofensa ou vulgaridade nos diálogos. Diferente da atualidade, não?! Espero que nosso cinema venha a ter muita qualidade. E ele está caminhando para isso. Foi triste ter visto mais de uma década de cinema pornô sendo feito no país e, atualmente, lamento a onda monotemática de violência nas favelas. Que eles sejam tubos de ensaio para o futuro.

A propósito, alguém já ouviu essa gíria “piu-piu”?


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Belo Monte novamente

Em abril/2010 postei um pequeno texto falando do projeto da Usina de Belo Monte. Não vou enumerar prós e contras deste projeto. Vou postar dois clips feitos por entidades ambientais e, o que é melhor, ilustrado, para que possamos ter ideia do que realmente seja o projeto Belo Monte.

Eu gostaria de saber o que os presidentes, a atual e o ex, pensam acerca deste projeto. Mas assim, pergunta à queima-roupa. Não há resposta no mundo que justifique uma insanidade como este projeto. Insanidade para aqueles que lucrarão com ele. Aqueles que não lucrarão em nada com o projeto, mas que, mesmo que indiretamente, fazem parte da engrenagem, podem ser considerados verdadeiramente ignorantes. Estes não podem ser perdoados por não saberem o que dizem ou fazem, pois eles podem e devem se informar.


Outras opções de geração de energia sequer são consideradas. A França, de onde vem a GDF Suez de que falei no post anterior, tem 80% de sua energia gerados por usinas nucleares. Até quando vão deixar que o estigma do “perigo e lixo nucleares” nos vendem os olhos a ponto de nos deixar imóveis para abrir um debate amplo sobre o tema?

O interessante, e ao mesmo tempo irônico, é o fato de os militantes de “esquerda” se acharem e se dizerem “revolucionários”. Que ideias revolucionárias são essas que defendem um projeto desses? Ou serei levada a entender que os verdadeiros revolucionários foram os militares durante sua “ditadura”? Todo e qualquer planejamento de longo prazo feito neste país após 1964 foi pensado por militares. Senão, que política com planejamento de longo prazo (refiro-me aqui a 20 anos a frente), foi elaborada pelos governos democráticos?

Até porque a própria Usina de Belo Monte foi pensada ainda durante o governo militar em 1975. O aproveitamento hidrelétrico da Amazônia, cujo potencial representa 60% do total do país, figurava entre as prioridades do projeto desenvolvimentista de industrialização brasileira e começou a ser diagnosticado na década de 70. A então recém-criada Eletronorte, subsidiária da Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobras na Amazônia Legal, iniciou os Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu. O trabalho de mapear o rio e seus afluentes e definir os pontos mais favoráveis para barramentos ficou sob a responsabilidade do Consórcio Nacional de Engenheiros Consultores S.A., integrante do grupo Camargo Côrrea. Isso foi em 1975.


E onde estão as ideias revolucionariamente verdes do PV para cancelar este projeto? Onde estão os senhores Carlos Mink, Fernando Gabeira e seus asseclas, ferozes defensores do meio ambiente, que não aparecem nessa hora? Aposto todas as minhas fichas no seguinte: se fosse para falar mal das usinas de Angra, todos já estariam a postos, prontos para os “abraços simbólicos” na cidade, nas populações blá blá blá.

Quando é que a população vai entender que não há alguém totalmente bom, nem totalmente mal? Não existem apenas as “chapeuzinhos-vermelhos” ou os “lobos-maus”. Acordem para pensar. Pensem. Reflitam. Relaxem, porque pensar não diminui a quantidade de neurônios.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A Cor do Século é Azul

O Aqüífero Guarani tem todas as características para se tornar o “Novo Heartland” do século XXI. Por quê? Porque o Aqüífero Guarani é a maior reserva de água doce subterrânea do planeta que, além de ser banhado pela Bacia Platina, está cheio do líquido mais precioso, o Ouro Azul do século XXI. É importante ressaltar que o Aqüífero Guarani localiza-se em uma região geoestratégica, fazendo fronteira com quatro países, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Este Aqüífero vem sendo cobiçado pela maior potência mundial, os EUA. Por isso a afirmação de que ele congrega todos os atributos para ser o “Novo Heartland” do século XXI.

O Aqüífero Guarani

Por exemplo, Brasil e Argentina já se opõem à construção de base militar americana no Paraguai. Ambos os países temem perder a soberania sobre o Aqüífero Guarani, o que pode resultar em futuros conflitos políticos, econômicos e, até militares. Por quê? Porque não existe a mutualidade nem a cooperação de recursos entre os povos, ou o país tem ou não tem e, aqueles que não têm, procuram prover de outras maneiras para adquirir esses recursos, seja na base econômica ou na força militar.

Um dos maiores especialistas brasileiros em água nas relações internacionais, Francisco Teixeira declarou em 2005 que “esta geopolítica da escassez da água pode levar muito rapidamente a agudização do quadro, desembocando em graves conflitos interestatais”(sic). A escassez da água é o grande problema da humanidade do século XXI. Como relatou a ONU em 2005: “Em 2050, se mudanças profundas não ocorrerem, a escassez de água afetará 7 bilhões de pessoas em 60 países”. Os números impressionam, demonstrando que a situação é crítica e serve de alerta para todos, para que utilizem de forma racional o nosso precioso líquido. É notório que em breve, muito em breve, muitos países pedirão água para os brasileiros. Ou será que já terão tomado nossos recursos hídricos? A crise da água não é local ou regional, mas sim global. Ela pode servir de combustível para alimentar conflitos étnicos, políticos e religiosos em todo o planeta, e marcar mais um capítulo na sangrenta história da humanidade.

Visão apocalítica? Talvez.
Culturalmente, a humanidade habituou-se a usar os recursos hídricos de forma irracional. O agravamento da degradação e da escassez dos recursos hídricos exige um planejamento e um manejo integrado desses recursos. A água deve ser tratada como questão de Estado. O Brasil privilegiado por seus recursos hídricos, deve de forma responsável, melhorar o aproveitamento desses recursos, garantindo a todos, o acesso à água.

Vamos olhar os fatos por um ângulo diferente? A Faixa de Gaza e a Cisjordânia são trechos do que deveria ser constituído o Estado Árabe-Palestino de acordo com a Partilha da ONU de 1947. Mas, Israel, durante a Guerra da Independência (1948/49), conquistou praticamente todo o território palestino. Segundo Maurício Waldman, ambientalista brasileiro respeitado no meio, cerca de 78% do território palestino foi anexado pelos israelenses. Mesmo nos territórios residuais, o Estado Árabe-Palestino não foi implementado. Gaza passou para a administração egípcia e a Cisjordânia para a Jordânia. Mas durante a Guerra dos Seis Dias em 1967, Israel reconquistou essas duas regiões. As divergências sobre o controle delas permanece até os dias atuais, sendo que o Estado Árabe-Palestino também não foi implementado.


O que era a Palestina em 1946 e em 2000

A tese de Maurício Waldman de que o conflito entre israelenses e palestinos é em grande parte influenciado pelo fator água o que foi atestada em 2005: “A questão do controle das águas do Rio Jordão foi um dos fatores que motivaram a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Desde então, Israel controla a quase totalidade da bacia do Jordão, permitindo que este país mantenha um consumo per capita de água cerca de cinco vezes maior do que seus vizinhos regionais. O Rio Jordão nasce no Líbano e atravessa os territórios da Síria, delimitando a fronteira natural entre Israel e a Jordânia. Possui cerca de 190 Km de extensão, um rio muito pequeno, mas, mesmo assim, se constitui no principal curso de água dessa região.”

Bacia do Rio Jordão na Cisjordânia


Mapa Hídrico da Cisjordânia

O mapa acima, é um mapa hídrico da Cisjordânia. Todas as ramificações em verde são Wadis, cursos temporários de água. Como se pode observar essa região é muito rica em Wadis. Além de ser rica em Wadis, a Cisjordânia possui três grandes aqüíferos, sendo banhada também pelo Rio Jordão, o principal curso d’água dessa região. A Cisjordânia é uma região rica em água, podendo ser considerada um oásis em meio a uma região de clima extremamente desértico, o que explica a situação do mapa. Israel não devolve a Cisjordânia para os palestinos por ela ser rica em água. Acho que poucos sabiam disso, não?!

GDF Suez, Guerras e Conflitos pelo Ouro Azul
A empresa francesa GDF Suez (GDF - Gaz De France) é uma gigante global no que diz respeito a gás, energias, infraestruturas, meio ambiente, tudo no plural mesmo, com presença nos cinco continentes. Essas expansões geográficas dessas grandes corporações assumem diferentes formas, através de consórcios ou compra de ações de uma empresa que já opera na região. Outra área de atuação dessas grandes corporações é na tecnologia de dessalinização que já vem sendo utilizada por alguns países e comunidades. A tecnologia da dessalinização é promissora, e tem tudo para crescer ainda mais no futuro. Mas, a dessalinização da água não é a solução para a grave crise da escassez de água porque a tecnologia da dessalinização consome muito combustível fóssil, o que agravaria ainda mais o aquecimento global, um dos principais inimigos dos recursos mundiais de água.

A escassez de água poderá ser uma das principais fontes de conflitos do século XXI. A ONU define o problema da escassez como uma “crise silenciosa”, sendo uma crise no momento ofuscada pela escassez de outro líquido precioso, o petróleo. Devido a grave crise da escassez da água, a própria ONU admite que as guerras ou conflitos que ocorrerem no século XXI terão muito mais a ver com a água do que com o petróleo. Essa advertência, que soaria como uma piada há poucas décadas, a cada dia torna-se mais concreta. Entretanto, há uma outra corrente de pensamento sobre o assunto. Segundo o ex-assessor de Bill Clinton e outro grande nome da Geoeconomia, “o confronto agora deixou de ser militar para se tornar econômico”, ou seja, neste novo cenário, os principais atores são as corporações transnacionais, que em grande medida ditam as políticas nacionais, levando os Estados a disputarem entre si para persuadirem essas grandes corporações a se instalarem em seu território.

A Mercantilização da Água
Em 2000, ocorreu o Fórum Mundial da Água na Holanda, que tinha como tema principal à preservação dos recursos hídricos mundiais. Em torno desse fórum deveria ocorrer um debate, se a água deveria ser designada uma necessidade ou um direito. Mas esse debate não ocorreu. Por quê? Porque participaram desse Fórum organizações como o Banco Mundial e as grandes corporações de água, que têm interesse no comércio do “ouro azul”. Consequentemente, as discussões em torno do Fórum se limitaram em como essas corporações poderiam se beneficiar da mercantilização do “ouro azul”.

Se a água fosse designada uma necessidade, então as corporações teriam o direito de fornecer água para toda a população com fins lucrativos, ou seja, seria a conversão da água em mercadoria. Por outro lado, se a água fosse designada um direito, então os governos teriam a responsabilidade de fornecer água para toda a população, sem fins lucrativos. No final do Fórum os participantes assinaram um documento em que ficou acordado que a água seria designada uma necessidade, portanto, uma mercadoria. Resumindo, a partir desse Fórum a água passou de um recurso natural para uma mercadoria. Atualmente, dez grandes corporações dominam o mercado mundial de água, sendo que a Suez e a Vivendi, ambas de origem francesa, detêm cerca de 78% do mercado mundial de água. Pelo menos nesta questão os EUA não “estão no controle”. A França “está” imperialista quanto a esse quesito. Sendo que o Brasil tem a faca e o queijo na mão. Só não podemos deixar que nos tomem nem a faca, nem o queijo.


Podem voltar porque aqui não tem terrorista nenhum para ser procurado, não. Aqui só tem muita água mesmo. E ela é nossa!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Está "brotando" ONG no Brasil ?

Por que tantas ONGs estão "brotando" por toda parte no Brasil? Que tanto se faz nas ONGs? Quem ajuda trabalhando em ONGs não tem tempo para trabalhar, correto?! Quem está empregado, não tem tempo para viver dentro de organizações que tomam seu tempo durante a semana. Mas a quantidade incrível de ONGs existentes no Brasil certamente não vivem de trabalho de fim de semana. Então deve ter um monte de gente trabalhando de segunda a sexta nas ONGs, certo?! Mas por quê? Por que não têm de ir trabalhar? Ou porque trabalhar numa ONG tenha um custo x benefício muito melhor? Ahh... Entendi.

A denominação que caracteriza uma ONG foi cunhada na Ata de Constituição da ONU - Organização das Nações Unidas, datada de 1946, na qual são definidas como “entidades civis sem fins lucrativos, de direito privado, que realizam trabalhos em benefício de uma coletividade” se constituindo em organismos com os quais o Conselho Econômico e Social desta entidade (a ONU) poderia estabelecer consultoria. Ahh... Entendi.


Fucei um pouco mais e descobri as tais de OSCIPs, que
a idiota que vos escreve não sabia da existência, e são: Organização da Sociedade Civil de Interesse Público é um título fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar o aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal) e permite que doações realizadas por empresas possam ser descontadas no imposto de renda. OSCIPs são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm um certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o cumprimento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de normas de transparência administrativas. Em contrapartida, podem celebrar com o poder público os chamados termos de parceria, que são uma alternativa interessante aos convênios para ter maior agilidade e razoabilidade em prestar contas. Ahh... Entendi.

Então, vamos ver se eu entendi... ONGs e OSCIPs são mais ou menos “prestadoras de serviços” do governo? Tipo assim... “Terceirização do assistencialismo”? Legal. Mas e com que dinheiro? Fui verificar e bati em vários estudos mostrando que ONG e OSCIP são uma grande $%@!*&%$(&?%# neste país. Quando o setor público precisa contratar serviços, precisa fazê-lo através da famigerada lei 8666 das licitações. Entretanto, há outras maneiras de se chegar lá, ou seja, ONGs têm sido contratadas para prestar serviços ou mesmo para receber recursos contra serviços que não são prestados. E por que não se faz uma CPI das ONGs? Não que eu seja a favor de CPIs, ao contrário. Mas se estão me acusando e eu sou inocente, vou gritar para que mostrem as provas. O problema é que cada vez mais políticos têm constituído ONGs com o objetivo de arrecadar recursos públicos, que acabam revertendo para os próprios bolsos ou para campanhas eleitorais. Pronto, está explicado.

Há ainda aquelas ONGs estrangeiras que fazem e acontecem na Amazônia, por exemplo, e o governo brasileiro sequer sabe da sua existência. Então, lembrei-me de uma coisa: e o Fome Zero? De quem era? Não era do governo?

Leiam esta parte de um texto de um site chamado FCA (O Futuro Começa Agora). “Agora o governo federal anunciou que está arquivando 91.600 convênios com ONGs cujas prestações de contas não foram fiscalizadas. São 91.600 convênios que receberam repasses de recursos do governo que este alega ter “dificuldade” de fiscalizar. De antemão o ministro do Planejamento Paulo Bernardo declarou que não vale a pena fiscalizar convênios de menos de R$ 100 mil e por isso o governo arquivou logo tudo... É notável a capacidade do ministro Paulo Bernardo para dar explicações. De um lado a Receita Federal, que mais parece um cão de fila viciado em dinheiro, notifica o contribuinte quando este deve R$ 1,00. Do outro, o governo se diz incapaz de fiscalizar convênios de repasses de bilhões de reais.”

Em março/2010 foi protocolada uma solicitação para a CPI das ONGs. Solicitação feita pelo senador Heráclito Fortes (PFL-PI). E onde está a CPI? Vejam a resposta que encontrei: “A questão só não se transformou em mais uma crise pelo fato de a crise dos cartões corporativos ter estourado antes que a CPI das ONGs pudesse produzir seus primeiros resultados.”

Caso a CPI vá adiante, e nesse governo, penso que não irá, ela mostraria envolvimento de diversos políticos, principalmente do PT e da base aliada. Indivíduos como Ideli Salvatti (PT-SC), Jorge Lorenzetti, além da filha do presidente Lula, Lurian Cordeiro e do próprio Carlos Luppi, terão muitas explicações a dar na CPI. E como foi que eu passei o ano de 2010 sem saber desses detalhes sobre interesses espúrios?

Fonte: O Futuro começa agora



domingo, 9 de janeiro de 2011

As 10+ nos discursos do Lula

De uma coisa ele não pode reclamar: foi divertido!
10. Na América do Sul, o Brasil só não faz fronteira com Chile, Equador e Bolívia.
9. Fui ao Gabão para aprender como é que um presidente consegue ficar 37 anos no poder e ainda se candidatar à reeleição.
8. Quando se aposentarem, por favor, não fiquem em casa atrapalhando a família. Tem que procurar alguma coisa pra fazer.
7. Certamente o embaixador russo soube. Certamente contou para o Putin. E certamente o Putin ficou meio ‘Putin’ com o Brasil.
6. Eu sou filho de uma mulher que nasceu analfabeta.
5. O buraco é tão fundo que qualquer dia a Petrobras vai trazer um japonesinho na broca, e aí vai dar um problema internacional sem precedentes.
4. Quando Napoleão foi à China, ele cunhou uma frase que ficou famosa. Ele disse: ‘A China é um gigante adormecido que o dia que acordar, o mundo vai tremer’.
3. Uma mulher não pode ser submissa ao homem por causa de um prato de comida. Tem que ser submissa porque gosta dele.
2. Quando se chega a Windhoek, nem parece que se está na África. (Desta eu nunca me esquecerei! rsrsrs)
1. É uma crise causada por comportamentos irracionais de gente branca, de olhos azuis, que antes parecia que sabia tudo e que, agora, demonstra não saber de nada. Não conheço nenhum banqueiro negro ou índio.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Pior que é verdade...


Li esta lista num blog chamado 'Teoria da Conspiração Amorosa'. Quando li, comecei a rir e não resisti em publicá-la aqui. Como não sou feminista ferrenha, mas sim feminina, aí estão os 50 motivos para você gostar de ser homem. Meninas, pior que é verdade.

01. Uma viagem de cinco dias requer apenas uma mochila.
02. Conversas telefônicas acabam em 30 segundos ou menos.
03. Nada de filas para o banheiro.
04. Você consegue abrir as tampas dos potes.
05. Ao passear pelos canais da TV, você não tem que parar quando vê alguém chorando.
06. Todos seus orgasmos são verdadeiros.
07. Você não tem que carregar uma bolsa cheia de tralhas para cima e para baixo.
08. Você pode ir ao banheiro sem um grupo de apoio.
09. Se seu trabalho é criticado, você não fica achando que todo mundo te odeia.
10. Você economiza tempo e dinheiro lavando a roupa de 3 em 3 semanas.
11. Fazer sexo não deixa você preocupado com sua reputação.
12. Se alguém esquece de convidar você para alguma coisa, é apenas um esquecimento, e não evidência de que odeiam você.
13. Você não tem que fazer a barba abaixo do pescoço.
14. Nenhum dos seus colegas de trabalho tem o poder de fazer você chorar.
15. Se você tem 34 anos e é solteiro, ninguém liga.
16. Chocolate é um alimento como qualquer outro.
17. Flores resolvem tudo.
18. Você não tem que se preocupar em 'ferir os sentimentos' dos outros a cada telefonema pronunciado.
19. Você consegue estacionar em vagas que têm menos de 2.5 vezes o comprimento do seu carro.
20. Ana Maria Braga inexiste no seu universo...
21. A revista 'Caras' inexiste no seu universo.
22. Você não tem compulsão de arrumar sua casa inteira em 15 segundos quando alguém toca a campainha.
23. Os mecânicos te dizem a verdade.
24. Você está se lixando se alguém percebe ou não que você cortou o cabelo.
25. Se você está assistindo a um jogo com um amigo seu e ele está no mais absoluto silêncio por 45 minutos, é porque o jogo está bom, e não porque ele estar de mal com você.
26. O mundo é seu mictório.
27. Você não depende do seu cônjuge para programar o gravações na TV.
28. Cera quente e suas partes íntimas estão sempre a uma distância respeitável.
29. Cabelos brancos e rugas somam charme.
30. Ninguém fica olhando para seu peito enquanto conversa.
31. Você tem um relacionamento absolutamente normal com sua mãe.
32. Você pode comprar camisinhas sem que o balconista faça aquela cara de 'visão de raios-X'.
33. Se você diz que vai ligar para um amigo e não liga, ele não fica choramingando, e os outros não formam um comitê para solucionar o problema.
34. Você não tem medo da velhice.
35. Você não tem que dispensar uma oportunidade de fazer sexo.
36. Você não precisa gritar pelo nome do seu cônjuge para matar baratas e lagartixas.
37. Você não tem que se lembrar dos aniversários de casamento e nascimento de todo mundo.
38. Ter antipatia por ela não o impede de fazer sexo com ela...
39. Quando se encontra com os amigos, você sabe que não vai enfrentar a frase ‘Então, está notando algo diferente em mim?'
40. Seus amigos não o obrigam a falar sem ter sobre o que falar.
41. A continuidade do Universo não depende da roupa de cama ser trocada todo dia.
42. Ter barriga não o impede de usar camiseta.
43. Você se diverte com listas politicamente incorretas na Internet que deixam elas espumando de raiva.
44. Quando elas fazem uma lista esculhambando os homens, você também se diverte.
45. Você não tem um chilique se acha a tampa da privada levantada – e se ela está abaixada você simplesmente a levanta.
46. Por mais imundo que você esteja, tomar banho e arrumar-se integralmente para sair leva apenas 7 minutos.
47. Você não precisa experimentar 9 vestidos para escolher 1 para sair.
48. Você percebe quando um pneu fura.
49. E um pneu furado não o coloca em pânico absoluto à espera do Apocalipse imediato.
50. Você tem saco para coçar.

Claro que flores resolvem tudo...

Tudo culpa da interferência antrópica

(*) A construção do cais do Porto do Rio de Janeiro contribuiu enormemente para uma verdadeira (claro que não a primeira), festa de assoreamento e canalização de rios e aterramentos exagerados de toda sorte na cidade. Desde a chegada da Corte em 1808 até as obras de melhoramentos do Porto do Rio de Janeiro, aterraram-se lagos e lagoas, assorearam-se rios vitais para o que só hoje sabemos ser fundamental para a sobrevivência do ecossistema carioca. O Rio de Janeiro sempre foi, desde a sua descoberta, um lugar com predominância de mangues em toda a "extensão real” da Baía de Guanabara, ou seja, tudo o que não era mar aberto ao oceano, era baía e, portanto, mangue.

Os inúmeros aterros com inúmeras finalidades distintas fizeram com que, mesmo bem no início do século XX, a cidade sofresse consequências da intervenção humana na sua urbanização. Já em 1902, a Rua do Senado, por exemplo, sofria com enchentes como as que vemos ainda hoje naquela área. Certamente o aterro da Lagoa do Boqueirão (atual Passeio Público) e pequenos mangues em seu entorno, foram (e continuam sendo) os vilões das enchentes.

Se a Praça da Bandeira também é um local que sempre sofreu com enchentes, deve-se ao fato de ali ser (e ainda é, pois que estão semi-canalizados) a foz, exatamente isso, a foz dos rios que nascem no maciço da Tijuca e desaguam no mar da baía de Guanabara, que no início do século XIX, chegava àquela área, visto que não existia a Avenida Francisco Bicalho e seu entorno. No caminho entre a atual Praça Tiradentes e o Paço de São Cristóvão (a Quinta da Boa Vista) havia uma série de magues que impediam o trânsito sem percalços das carruagens à época de Dom Pedro I.

Ou vocês acham que o Rio Maracanã deságua aonde? Ou melhor, como ele está canalizado e nós não o vemos correr, como um rio “de verdade”, mas sim como um “valão”, da mesma maneira que o Rio Comprido, que passa por baixo do elevado Paulo de Frontin, nosso imaginário não “percebe” esses e tantos outros rios da cidade. Ainda hoje os rios Maracanã e Comprido deságuam no Canal do Mangue, que tem saída para o mar.

Quantas vezes nós tivemos vontade de trucidar os prefeitos da cidade por causa das enchentes de verão? E eles não são os “culpados” pelas enchentes. Não neste contexto. Talvez culpados por não fazerem a devida manutenção em galerias e afins. Entretanto, mesmo com toda a tecnologia e devidas manutenções em ordem, estamos fadados a ter de conviver com as enchentes, sim. Esse é um dos preços que pagamos para ter a vista estonteante do Aterro do Flamengo, com o Pão de Açúcar ao fundo. É tudo culpa da interferência antrópica. Ihhh... Complicou? Segue a tradução: é a consequência causada por qualquer atividade humana que geralmente agride ou altera as características naturais de um ecossistema.

 

Enchente na Rua do Senado em 1902. Em janeiro/2009 teve uma igualzinha, eu me lembro.




sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O Porto do Rio de Janeiro

Sem textos para não ficar chato, segue uma sequência de fotos da construção do atual Porto do Rio de Janeiro.



Os primórdios da Praça Mauá, a Av. Central com a Casa Mauá à esquerda e ao lado já o terreno da Marinha. Aqui começaram as obras.

Canteiro de obras da Praça Mauá.


A muralha da Gamboa.


A “Empresa de Melhoramentos” prolongaria até o cais o aterro, que se ia fazendo com terras provenientes do arrasamento do morro do Senado, dos terrenos alagadiços em que desaguavam os rios que vertem da serra da Tijuca e de seus contrafortes. (*)


A faixa de terreno ao lado do cais que deveria reverter para a União, findo o prazo da concessão, teria até o Canal do Mangue, a largura de 70 metros, dividida em três zonas, sendo as das vias férreas e dos guindastes de 20 metros, a dos armazéns de 35 e a da avenida marginal de 25; do Canal do Mangue à Ponta do Caju a largura da faixa seria de 60 metros. Em frente à Estação Marítima da E.F.C.B., se faria a ligação desta às vias férreas de cais, da mesma bitola de 1,60m.


Obras de dragagem


A construção dos armazéns.


Acreditem ou não esse é o "caixão da ensecadeira", seja lá o que isso for. Esta já era parte do prolongamento do Cais da Gamboa.



O cais, denominado Lauro Muller e conhecido como Cais da Gamboa, foi oficialmente inaugurado no dia 20 de julho de 1910.


Em 1924, no Governo de Artur Bernardes, foi feita a construção do prolongamento do cais, na extensão de 1.428m...


... a partir do Canal do Mangue até a ponta do Caju, trecho que ficou conhecido como cais “São Cristóvão”.

(*) O asterisco será o post de amanhã.