(*) A construção do cais do Porto do Rio de Janeiro contribuiu enormemente para uma verdadeira (claro que não a primeira), festa de assoreamento e canalização de rios e aterramentos exagerados de toda sorte na cidade. Desde a chegada da Corte em 1808 até as obras de melhoramentos do Porto do Rio de Janeiro, aterraram-se lagos e lagoas, assorearam-se rios vitais para o que só hoje sabemos ser fundamental para a sobrevivência do ecossistema carioca. O Rio de Janeiro sempre foi, desde a sua descoberta, um lugar com predominância de mangues em toda a "extensão real” da Baía de Guanabara, ou seja, tudo o que não era mar aberto ao oceano, era baía e, portanto, mangue.
Os inúmeros aterros com inúmeras finalidades distintas fizeram com que, mesmo bem no início do século XX, a cidade sofresse consequências da intervenção humana na sua urbanização. Já em 1902, a Rua do Senado, por exemplo, sofria com enchentes como as que vemos ainda hoje naquela área. Certamente o aterro da Lagoa do Boqueirão (atual Passeio Público) e pequenos mangues em seu entorno, foram (e continuam sendo) os vilões das enchentes.
Se a Praça da Bandeira também é um local que sempre sofreu com enchentes, deve-se ao fato de ali ser (e ainda é, pois que estão semi-canalizados) a foz, exatamente isso, a foz dos rios que nascem no maciço da Tijuca e desaguam no mar da baía de Guanabara, que no início do século XIX, chegava àquela área, visto que não existia a Avenida Francisco Bicalho e seu entorno. No caminho entre a atual Praça Tiradentes e o Paço de São Cristóvão (a Quinta da Boa Vista) havia uma série de magues que impediam o trânsito sem percalços das carruagens à época de Dom Pedro I.
Ou vocês acham que o Rio Maracanã deságua aonde? Ou melhor, como ele está canalizado e nós não o vemos correr, como um rio “de verdade”, mas sim como um “valão”, da mesma maneira que o Rio Comprido, que passa por baixo do elevado Paulo de Frontin, nosso imaginário não “percebe” esses e tantos outros rios da cidade. Ainda hoje os rios Maracanã e Comprido deságuam no Canal do Mangue, que tem saída para o mar.
Quantas vezes nós tivemos vontade de trucidar os prefeitos da cidade por causa das enchentes de verão? E eles não são os “culpados” pelas enchentes. Não neste contexto. Talvez culpados por não fazerem a devida manutenção em galerias e afins. Entretanto, mesmo com toda a tecnologia e devidas manutenções em ordem, estamos fadados a ter de conviver com as enchentes, sim. Esse é um dos preços que pagamos para ter a vista estonteante do Aterro do Flamengo, com o Pão de Açúcar ao fundo. É tudo culpa da interferência antrópica. Ihhh... Complicou? Segue a tradução: é a consequência causada por qualquer atividade humana que geralmente agride ou altera as características naturais de um ecossistema.
Os inúmeros aterros com inúmeras finalidades distintas fizeram com que, mesmo bem no início do século XX, a cidade sofresse consequências da intervenção humana na sua urbanização. Já em 1902, a Rua do Senado, por exemplo, sofria com enchentes como as que vemos ainda hoje naquela área. Certamente o aterro da Lagoa do Boqueirão (atual Passeio Público) e pequenos mangues em seu entorno, foram (e continuam sendo) os vilões das enchentes.
Se a Praça da Bandeira também é um local que sempre sofreu com enchentes, deve-se ao fato de ali ser (e ainda é, pois que estão semi-canalizados) a foz, exatamente isso, a foz dos rios que nascem no maciço da Tijuca e desaguam no mar da baía de Guanabara, que no início do século XIX, chegava àquela área, visto que não existia a Avenida Francisco Bicalho e seu entorno. No caminho entre a atual Praça Tiradentes e o Paço de São Cristóvão (a Quinta da Boa Vista) havia uma série de magues que impediam o trânsito sem percalços das carruagens à época de Dom Pedro I.
Ou vocês acham que o Rio Maracanã deságua aonde? Ou melhor, como ele está canalizado e nós não o vemos correr, como um rio “de verdade”, mas sim como um “valão”, da mesma maneira que o Rio Comprido, que passa por baixo do elevado Paulo de Frontin, nosso imaginário não “percebe” esses e tantos outros rios da cidade. Ainda hoje os rios Maracanã e Comprido deságuam no Canal do Mangue, que tem saída para o mar.
Quantas vezes nós tivemos vontade de trucidar os prefeitos da cidade por causa das enchentes de verão? E eles não são os “culpados” pelas enchentes. Não neste contexto. Talvez culpados por não fazerem a devida manutenção em galerias e afins. Entretanto, mesmo com toda a tecnologia e devidas manutenções em ordem, estamos fadados a ter de conviver com as enchentes, sim. Esse é um dos preços que pagamos para ter a vista estonteante do Aterro do Flamengo, com o Pão de Açúcar ao fundo. É tudo culpa da interferência antrópica. Ihhh... Complicou? Segue a tradução: é a consequência causada por qualquer atividade humana que geralmente agride ou altera as características naturais de um ecossistema.
Enchente na Rua do Senado em 1902. Em janeiro/2009 teve uma igualzinha, eu me lembro. |
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Tô só de olho em você...
Já ia sair de fininho sem deixar um comentário, né?!
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Não tem de ser só elogio... Quero sua opinião de verdade!