No dia 22/03, li um texto que me chamou a atenção pelo título. Minha intuição estava certa. Este texto de Wellington Moreira, palestrante e consultor empresarial, em Londrina, vale a pena ser lido. Depois que li o artigo, muito bem escrito, sem jargões, sem siglas, sem clichês, não resisti e escrevi um email ao seu autor. Afinal de contas, ele precisava saber que alguém numa outra cidade, e que não o conhece, leu seu texto e ficou positivamente impressionado com o conteúdo. Geralmente, as pessoas não externam suas ideias, impressões, sentimentos para outras, pois sentem, por incrível que pareça, vergonha de dizer o que pensam, o que acham de determinada coisa etc. Essa vergonha adolescente, filha da insegurança e do medo de ser rejeitado, infelizmente, poda excelentes ideias que podem estar latentes em tantas mentes Brasil afora. Pedi sua permissão para publicar o texto aqui no blog e, devo admitir que senti-me envaidecida com a resposta que recebi. Com a licença de vocês, vou transcrever, sem nenhuma falsa modéstia, trecho do meu email para ele e sua resposta, até porque se eu não tivesse realmente apreciado seu trabalho eu não o publicaria no meu blog.
Olá, Wellington,
O que me deixou surpresa, e por isso este meu email a você, foi o seu currículo abaixo do texto. Se esse for realmente o seu currículo, "palestrante e consultor empresarial", além, é óbvio, da sua formação acadêmica normal, excelente. Prescindimos de pessoas simples, objetivas, diretas o suficiente para colocar "o dedo na ferida" e não apenas reverenciar quem fez um curso de qualquer coisa em Harvard, como se aquela instituição fosse a salvadora do mundo. Parabéns pelo texto.
Olá Eliane,
Primeiramente, obrigado por dedicar seu precioso tempo para me escrever sua mensagem acerca do artigo.
Desde ontem tenho pensado bastante em tudo aquilo que você escreveu e inclusive fico muito satisfeito por você republicá-lo em seu site. Peço apenas que copie a versão do artigo disponível em www.caputconsultoria.com.br/?pag=ver_artigos&id=210, pois efetuei alterações num dos parágrafos do texto após sua contribuição.
Att,
Wellington Moreira
Wellington Moreira destaca que as organizações estão em busca de pessoas competentes para seus quadros, mas nem sempre conseguem lidar com elas.
Dias atrás, numa conversa informal, escutei a história, em primeira mão, de um profissional que acaba de ser demitido graças à sua competência e aos ótimos resultados alcançados até então. É justo que você pense: “Este profissional deve ter cometido algum deslize e agora está querendo apenas posar de injustiçado!” Infelizmente, não é o caso.
Há dois anos ele atuava na empresa que o desligou e seus números foram muito melhores e consistentes do que os esperados pela organização. Porém, depois de algum tempo, profissionais de uma outra companhia do grupo no qual atua literalmente “pediram sua cabeça”, pois a performance obtida por ele estava atrapalhando o alcance dos resultados daquela. Como era a parte mais frágil desta relação, acabou pagando o pato.
Não é a primeira vez que isto ocorre e nem será a última. Profissionais muito competentes angariam adversários em diferentes ambientes organizacionais, pois mexem com o status quo. Fazem com que muita gente tenha de encontrar explicações para seu desempenho pífio e isto é particularmente complicado se estes não possuem condições de fazer mais e/ou melhor do que aqueles.
O deslize cometido pelo profissional em questão também é o mesmo de muitas outras pessoas: acreditar que apenas o alcance de resultados é suficiente para se manter numa posição de destaque frente aos demais e, especialmente, privilegiado pelos altos executivos ou sócios do negócio.
Há um bom tempo já não basta ser competente tecnicamente. Também é imprescindível que a pessoa consiga manter equilibradas as relações que o sustentam dentro da companhia. Para ser mais claro, é preciso avaliar quais brigas podem ser assumidas e aquelas a serem evitadas, pois adversários internos geram custos futuros para quem pretende continuar no mesmo lugar.
Não estou afirmando com isto que o profissional deva fugir dos conflitos, mas sim ter a consciência de que seu sucesso depende – e muito – de como ele consegue administrá-los. Afinal de contas, o adversário de um projeto atual pode ser o financiador do plano seguinte e, portanto, deixar as portas abertas acaba sendo uma atitude sensata.
Construir alianças estratégicas na companhia, grupo empresarial ou segmento de mercado não é fazer conchavos ou tentar agradar a todos, mas sim algo muito diferente. Trata-se da capacidade de compreender a cultura do local em que trabalha e saber posicionar-se, isto é, avaliar os momentos no qual se deve avançar e aqueles que requerem recuos momentâneos.
O lado bom desta história é que o profissional demitido rapidamente conseguirá se recolocar no mercado por gozar de um alto grau de empregabilidade. Já a empresa poderá repetir outras vezes o movimento de dilapidar os talentos que lutam por ela, mas são incompreendidos.
As organizações estão em busca de pessoas competentes para seus quadros, mas nem sempre conseguem lidar com elas. Ao privilegiar a mediocridade e desestimular os conflitos que a transformariam não percebem que expurgam – involuntariamente ou por decisão própria – justamente aqueles que poderiam garantir a elas um amanhã promissor.
Cuidado para que isto também não ocorra em sua companhia!
Olá, Wellington,
O que me deixou surpresa, e por isso este meu email a você, foi o seu currículo abaixo do texto. Se esse for realmente o seu currículo, "palestrante e consultor empresarial", além, é óbvio, da sua formação acadêmica normal, excelente. Prescindimos de pessoas simples, objetivas, diretas o suficiente para colocar "o dedo na ferida" e não apenas reverenciar quem fez um curso de qualquer coisa em Harvard, como se aquela instituição fosse a salvadora do mundo. Parabéns pelo texto.
Olá Eliane,
Primeiramente, obrigado por dedicar seu precioso tempo para me escrever sua mensagem acerca do artigo.
Desde ontem tenho pensado bastante em tudo aquilo que você escreveu e inclusive fico muito satisfeito por você republicá-lo em seu site. Peço apenas que copie a versão do artigo disponível em www.caputconsultoria.com.br/?pag=ver_artigos&id=210, pois efetuei alterações num dos parágrafos do texto após sua contribuição.
Att,
Wellington Moreira
Wellington Moreira destaca que as organizações estão em busca de pessoas competentes para seus quadros, mas nem sempre conseguem lidar com elas.
Dias atrás, numa conversa informal, escutei a história, em primeira mão, de um profissional que acaba de ser demitido graças à sua competência e aos ótimos resultados alcançados até então. É justo que você pense: “Este profissional deve ter cometido algum deslize e agora está querendo apenas posar de injustiçado!” Infelizmente, não é o caso.
Há dois anos ele atuava na empresa que o desligou e seus números foram muito melhores e consistentes do que os esperados pela organização. Porém, depois de algum tempo, profissionais de uma outra companhia do grupo no qual atua literalmente “pediram sua cabeça”, pois a performance obtida por ele estava atrapalhando o alcance dos resultados daquela. Como era a parte mais frágil desta relação, acabou pagando o pato.
Não é a primeira vez que isto ocorre e nem será a última. Profissionais muito competentes angariam adversários em diferentes ambientes organizacionais, pois mexem com o status quo. Fazem com que muita gente tenha de encontrar explicações para seu desempenho pífio e isto é particularmente complicado se estes não possuem condições de fazer mais e/ou melhor do que aqueles.
O deslize cometido pelo profissional em questão também é o mesmo de muitas outras pessoas: acreditar que apenas o alcance de resultados é suficiente para se manter numa posição de destaque frente aos demais e, especialmente, privilegiado pelos altos executivos ou sócios do negócio.
Há um bom tempo já não basta ser competente tecnicamente. Também é imprescindível que a pessoa consiga manter equilibradas as relações que o sustentam dentro da companhia. Para ser mais claro, é preciso avaliar quais brigas podem ser assumidas e aquelas a serem evitadas, pois adversários internos geram custos futuros para quem pretende continuar no mesmo lugar.
Não estou afirmando com isto que o profissional deva fugir dos conflitos, mas sim ter a consciência de que seu sucesso depende – e muito – de como ele consegue administrá-los. Afinal de contas, o adversário de um projeto atual pode ser o financiador do plano seguinte e, portanto, deixar as portas abertas acaba sendo uma atitude sensata.
Construir alianças estratégicas na companhia, grupo empresarial ou segmento de mercado não é fazer conchavos ou tentar agradar a todos, mas sim algo muito diferente. Trata-se da capacidade de compreender a cultura do local em que trabalha e saber posicionar-se, isto é, avaliar os momentos no qual se deve avançar e aqueles que requerem recuos momentâneos.
O lado bom desta história é que o profissional demitido rapidamente conseguirá se recolocar no mercado por gozar de um alto grau de empregabilidade. Já a empresa poderá repetir outras vezes o movimento de dilapidar os talentos que lutam por ela, mas são incompreendidos.
As organizações estão em busca de pessoas competentes para seus quadros, mas nem sempre conseguem lidar com elas. Ao privilegiar a mediocridade e desestimular os conflitos que a transformariam não percebem que expurgam – involuntariamente ou por decisão própria – justamente aqueles que poderiam garantir a elas um amanhã promissor.
Cuidado para que isto também não ocorra em sua companhia!
Olá Eliane! Em meio a construção de uma casa, abertura de nova filial e manutenção das demais atividades, estou aqui com menos frequência do que o desejado para ler as pérolas de seu blog.
ResponderExcluirEsse texto me chamou a atenção principalmente num aspecto: ele mostra a diferença de um profissional competente de um profissional combatente.
O competente mostra resultado mas nem sempre trabalha no mesmo volume do combatente. Em outras palavras, dá a falsa idéia de que trabalha pouco, e isso é o que incomoda o combatente, que rala muito e produz pouco...
Vou te contar um segredo: às vezes é preciso estar presente mais tempo dentro da empresa, mesmo não sendo necessário, para que não caia na mesma condição do personagem desse artigo. Como um jogador de xadrez, o estrategista competente deve movimentar as peças corretamente para que o resultado apareça. A atividade não é de rotina, mas estratégica. Porém, quem observa de fora, com as mesas cheias de papel para despachar, fica a sensação de que o estrategista trabalha pouco, e que não provém dele o resultado conquistado.
Te digo isso como experiência vivencial... O autor foi muito feliz e realista em sua abordagem, e mereceu a menção aqui no seu blog.
Grande abraço!
Adriano Berger