quarta-feira, 11 de maio de 2011

Exposições Mundiais x Olimpíadas

Num tempo em que a geografia era um impecílio para a comunicação entre os homens, principalmente entre o final do século XIX e início do XX, as Feiras e Exposições Internacionais ou Mundiais se espalhavam pelo mundo.
Eram construídas verdadeiras “cidades de sonhos” dentro das cidades para abrigar as celebrações de datas importantes para os países que as sediavam. A Torre Eiffel é o maior símbolo de uma destas Exposições. Ela foi construída para ser inaugurada na celebração do Centenário da Revolução Francesa, 1889. Aproveitando a data e a virada do século, Paris explodiu em luzes para Exposição Universal. Celebram-se ali os avanços da técnica, a pujança da indústria, a diversidade das civilizações. Enquanto os ingleses, que inventaram a moda das exposições universais com a Great Exhibition realizada em Londres quase quatro décadas antes e, basicamente, dedicada às conquistas da técnica e da manufatura, os franceses reservaram um lugar privilegiado às artes plásticas. No festival de premiações que acompanhou o evento, até o brasileiro Victor Meirelles foi contemplado.
No Brasil, tivemos em 1908, Exposição Nacional que foi promovida pelo Governo Federal, com a justificativa de celebrar o centenário da Abertura dos Portos às Nações Amigas. O grande evento, também tinha como objetivos fazer um inventário da economia, da cultura, da história do país e apresentar a nova Capital da República - urbanizada pelo Prefeito Pereira Passos e saneada por Oswaldo Cruz – a diversas autoridades nacionais e estrangeiras que a visitaram, revelando o Brasil, sua diversidade e seus contrastes, pela primeira vez em toda a sua complexidade.
Alguns anos depois, em 7 de setembro de 1922, o presidente Epitácio Pessoa, em meio a um festival de comemorações ao centenário da Independência, inaugurou, oficialmente, a Exposição Internacional do Rio de Janeiro, que, como a Exposição de 1908, visava atrair libras e dólares para o Brasil. Prédios monumentais, para abrigar stands de 14 países e de todos os estados brasileiros, foram construídos em duas áreas contíguas, que se estenderam do Palácio Monroe ao Mercado da Praça XV e que abrigaram as mostras dos principais produtos brasileiros. Ou seja, todo o espaço antes ocupado pelo Morro do Castelo transformou-se em espaço para a exposição. Nesta noite, após o "Te Deum Laudamus" celebrada na antiga catedral Metropolitana (na Avenida 1º de Março), todos os Palácios da Exposição e os navios ancorados no porto iluminaram a mostra num imenso clarão de esplendor e beleza. Pelos altos falantes da exposição foi transmitida, diretamente do Teatro Municipal, a ópera "O Guarani" de Carlos Gomes. A exposição de 1922 reinou na capital da República dos Estados Unidos do Brasil por 7 meses, até 23 de março de 1923.
Hoje, já contamos com Copas do Mundo de Futebol, Olimpíadas e eventos mais “modernos” para atrair não mais as libras esterlinas, mas os dólares estadunidenses e os euros. Não vou comentar nada sobre 2014 ou 2016. Quem viver, verá.
Vejam algumas fotos do Mestre Augusto Malta mostrando o esplendor da noite de 7 de setembro de 1922. Deve ter sido uma noite realmente memorável. Quisera estar presente naquele momento.


Cartaz da Exposição de 1922


A Torre do Calabouço e a cúpula do famoso "Bolo de Noiva"


Panorâmica noturna da Exposição na Praça XV


A cúpula do Ministério da Agricultura, o "Bolo de Noiva" e a Baía de Guanabara ao fundo


De outro ângulo os prédios no entorno da Praça XV e os fogos de artifício


Observem este prédio, o Pavilhão das Pequena Indústrias. Este prédio NÃO foi demolido. Sua arquitetura foi adequada e ele foi incorporado ao que hoje é o Museu Histórico Nacional.


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