sábado, 18 de junho de 2011

Meu irmão, Alexandre

Hoje não é nenhuma data em especial, mas me lembrei muito do meu irmão, Alexandre, que faleceu num acidente de moto, em 1 de abril de 1988. Era uma sexta-feira da Paixão. Esse dia aconteceu há 23 anos, mas parece que foi há muito mais tempo. Como ele nasceu em 7 de outubro de 1961, faleceu com 26 anos e, se vivo fosse, em outubro completaria 50 anos.

Ao passar hoje pela sala vi sua foto no porta-retratos e parei. Comecei a pensar em como seria hoje o rosto dele. Talvez já estivesse com os cabelos grisalhos. O que certamente em nada teria mudado seriam seus incríveis e grandes olhos azuis, que gritavam em seu rosto.

Não há nada de extraordinário a ser dito sobre ele. Era um garoto normal. Mas nós dois brigávamos o tempo todo, pois ele não se furtava em aproveitar cada mínima oportunidade para implicar comigo até meu pavio curto arder numa chama de raiva e protestar, zagada, que ele estava me atrapalhando, blá blá blá. Aí, ele me vendo enfurecida, começava a rir e dizia: “Viu?! Ficou logo zangadinha.” E saía do meu quarto rindo como quem ganha mais uma batalha. Nunca entendi o prazer que ele sentia em implicar comigo. Só sei dizer que era assim quase todo dia, para desespero de todos. Eu era toda certinha, cumpria os horários, só tirava notas altas no colégio. Ele era apenas o extremo oposto. Totalmente blasé. E se havia algo que ele gostava de fazer era jogar futebol. Todos diziam que ele jogava muito bem. Para ser sincera, eu nunca o vi jogando.

Isso tudo porque eu vi na foto dele da 1ª Comunhão um momento congelado no tempo. O passar do tempo é um mistério que me fascina e me dá medo simultaneamente. Eis aí a foto que me deixou nostálgica.

Eu não exagerei, não. Era de verdade mesmo...


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