Você tem boa memória? Será que alguém vai se lembrar das moedas brasileiras? Não as tão antigas quanto as do tempo do descobrimento ou do Império, mas as do século XX.
1500 - Tostão
Ao chegar ao Brasil, os portugueses encontraram cerca de 3 milhões de índios vivendo em economia de subsistência. Já os colonizadores usavam moedas de cobre e ouro, que tinham diversos nomes de acordo com a origem: tostão, português, cruzado, vintém e são-vicente.
Século XVI - Jimbo e réis
A pequena concha era usada como moeda no Congo e em Angola. Chegando ao Brasil, os escravos a encontram no litoral da Bahia e mantiveram a tradição. Desde o descobrimento, porém, a moeda mais usada foi o real português, mais conhecido no seu plural “réis”, que valeu até 1942.
1614 - Açúcar
Por ordem do governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, o açúcar foi aceito como moeda oficial no Brasil. De acordo com a lei, comerciantes foram obrigados a aceitar o produto para pagar compras.
1695 - Cara e coroa
A Casa da Moeda do Brasil, inaugurada na Bahia em 1694, cunhou suas primeiras moedas de ouro. Em 1727, surgiram as primeiras moedas brasileiras com a figura do governante de um lado e as armas do reino do outro, conforme a tradição européia. Os termos “cara” e “coroa” vêm daí.
1942 - Cruzeiro
O antigo Real (Réis) circulou no Brasil até aquele ano, quando, através do Decreto-Lei nº 4.791, de 05/10/42 foi implantado o Cruzeiro (Cr$) com a paridade de 1.000 réis = 1,00 cruzeiro.
Na primeira troca de moeda do Brasil, os réis foram substituídos pelo cruzeiro durante o governo de Getúlio Vargas. Mil réis passaram a valer 1 cruzeiro; foi o primeiro corte de três zeros da história monetária do país. Foi também nesta época que surgiu o centavo.
Um exemplo: 4:750$400 (quatro contos, setecentos e cinqüenta mil e quatrocentos réis) passou a expressar-se Cr$ 4.750,40 (quatro mil, setecentos e cinqüenta cruzeiros e quarenta centavos).
1967 - Cruzeiro novo
O cruzeiro novo foi criado para substituir o cruzeiro, que levou outro corte de três zeros. Mais uma vez, isso ocorreu por causa da desvalorização da moeda. Para adaptar as antigas cédulas que estavam em circulação, o governo mandou carimbá-las.
1970 - Cruzeiro
A moeda trocou de nome e voltou a se chamar cruzeiro. Dessa vez, porém, só mudou o nome, não o valor. Ou seja, 1 cruzeiro novo valia 1 cruzeiro.
1986 - Cruzado
Por causa da inflação, que alcançou 200% ao ano, o governo de José Sarney lançou o cruzado. Mil cruzeiros passaram a valer 1 cruzado em fevereiro daquele ano. No fim do ano, os preços foram congelados, assim como os salários dos brasileiros.
1989 - Cruzado novo
Por causa de inflação de 1.000% ao ano, ocorreu uma nova troca de moeda. O cruzado perdeu três zeros e virou cruzado novo. A mudança foi decorrência de um plano econômico chamado Plano Verão, elaborado pelo então Ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega.
1990 - Cruzeiro
O cruzado novo voltou a se chamar cruzeiro durante o governo de Fernando Collor de Mello. O mesmo plano econômico, desenvolvido pela equipe da famigerada ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, decretou o bloqueio das cadernetas de poupança e das contas correntes de todos os cidadãos brasileiros por 18 meses.
1993 - Cruzeiro real
No governo de Itamar Franco, com Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda, o cruzeiro sofreu outro corte de três zeros e virou cruzeiro real. No fim do ano, o ministro criou um indexador único, a Unidade Real de Valor (URV).
1994 - Real
Após uma inflação de 3.700% em 11 meses de existência do cruzeiro real, entrou em vigor a Unidade Real de Valor (URV). Em julho, a URV, que equivalia a 2.750 cruzeiros reais, passou a valer 1 real.
Alguém que tenha mais de 40 anos deve se lembrar, mesmo que vagamente, desse imbróglio todo por que passamos durante 24 anos de um verdadeiro caos econômico. Às vezes me pergunto, como conseguimos sobreviver a tudo isso, desde ser fiscal do Sarney, até o “furacão Zélia”, passando pelas compras em supermercado de máquina de calcular em punho. Os governantes brasileiros deveriam sempre (todos eles e em qualquer período da história) agradecer a Deus todos os dias a população pacífica e acomodada que vive nesta terra, pois se isso fosse em outro país, teríamos ministros enforcados ou guilhotinados em praça pública.
Curiosidades:
- 1 Real equivaleria a 2.750.000.000.000.000.000.000 Réis do início da República.
- 1 Real equivaleria a 2.750.000.000.000.000 Cruzeiros do período de 1942 (final do governo de Getulio Vargas até 1967 (Governo Militar).
- 1 Real equivaleria a 2.750.000.000 Cruzados (período da redemocratização, Governo Sarney – 1986 a 1989).
Obviamente, não basta converter quantias expressas em antigas unidades monetárias para a moeda vigente. Tal quantia deve ser corrigida por um índice de preços apropriado para que a paridade do poder de compra da moeda seja mantida.
Fontes: História do Dinheiro no Brasil no Blog Histórias.
Museu de Valores do Banco Central do Brasil
1500 - Tostão
Ao chegar ao Brasil, os portugueses encontraram cerca de 3 milhões de índios vivendo em economia de subsistência. Já os colonizadores usavam moedas de cobre e ouro, que tinham diversos nomes de acordo com a origem: tostão, português, cruzado, vintém e são-vicente.
Moeda de 100 réis, um Tostão |
Século XVI - Jimbo e réis
A pequena concha era usada como moeda no Congo e em Angola. Chegando ao Brasil, os escravos a encontram no litoral da Bahia e mantiveram a tradição. Desde o descobrimento, porém, a moeda mais usada foi o real português, mais conhecido no seu plural “réis”, que valeu até 1942.
O Zimbo ou Cauri era usado como “dinheiro da terra” entre algumas povoações da costa de Angola e do Brasil. |
1614 - Açúcar
Por ordem do governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, o açúcar foi aceito como moeda oficial no Brasil. De acordo com a lei, comerciantes foram obrigados a aceitar o produto para pagar compras.
1695 - Cara e coroa
A Casa da Moeda do Brasil, inaugurada na Bahia em 1694, cunhou suas primeiras moedas de ouro. Em 1727, surgiram as primeiras moedas brasileiras com a figura do governante de um lado e as armas do reino do outro, conforme a tradição européia. Os termos “cara” e “coroa” vêm daí.
1942 - Cruzeiro
O antigo Real (Réis) circulou no Brasil até aquele ano, quando, através do Decreto-Lei nº 4.791, de 05/10/42 foi implantado o Cruzeiro (Cr$) com a paridade de 1.000 réis = 1,00 cruzeiro.
Na primeira troca de moeda do Brasil, os réis foram substituídos pelo cruzeiro durante o governo de Getúlio Vargas. Mil réis passaram a valer 1 cruzeiro; foi o primeiro corte de três zeros da história monetária do país. Foi também nesta época que surgiu o centavo.
Um exemplo: 4:750$400 (quatro contos, setecentos e cinqüenta mil e quatrocentos réis) passou a expressar-se Cr$ 4.750,40 (quatro mil, setecentos e cinqüenta cruzeiros e quarenta centavos).
CRUZEIRO - Cr$ 2,00 - Duque de Caxias - anverso |
CRUZEIRO - Cr$ 2,00 - Duque de Caxias - reverso |
1967 - Cruzeiro novo
O cruzeiro novo foi criado para substituir o cruzeiro, que levou outro corte de três zeros. Mais uma vez, isso ocorreu por causa da desvalorização da moeda. Para adaptar as antigas cédulas que estavam em circulação, o governo mandou carimbá-las.
1970 - Cruzeiro
A moeda trocou de nome e voltou a se chamar cruzeiro. Dessa vez, porém, só mudou o nome, não o valor. Ou seja, 1 cruzeiro novo valia 1 cruzeiro.
1986 - Cruzado
Por causa da inflação, que alcançou 200% ao ano, o governo de José Sarney lançou o cruzado. Mil cruzeiros passaram a valer 1 cruzado em fevereiro daquele ano. No fim do ano, os preços foram congelados, assim como os salários dos brasileiros.
CRUZADO - Cz$ 1.000,00 - Machado de Assis - anverso |
CRUZADO - Cz$ 1.000,00 - Machado de Assis - reverso |
1989 - Cruzado novo
Por causa de inflação de 1.000% ao ano, ocorreu uma nova troca de moeda. O cruzado perdeu três zeros e virou cruzado novo. A mudança foi decorrência de um plano econômico chamado Plano Verão, elaborado pelo então Ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega.
1990 - Cruzeiro
O cruzado novo voltou a se chamar cruzeiro durante o governo de Fernando Collor de Mello. O mesmo plano econômico, desenvolvido pela equipe da famigerada ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Mello, decretou o bloqueio das cadernetas de poupança e das contas correntes de todos os cidadãos brasileiros por 18 meses.
1993 - Cruzeiro real
No governo de Itamar Franco, com Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda, o cruzeiro sofreu outro corte de três zeros e virou cruzeiro real. No fim do ano, o ministro criou um indexador único, a Unidade Real de Valor (URV).
1994 - Real
Após uma inflação de 3.700% em 11 meses de existência do cruzeiro real, entrou em vigor a Unidade Real de Valor (URV). Em julho, a URV, que equivalia a 2.750 cruzeiros reais, passou a valer 1 real.
Alguém que tenha mais de 40 anos deve se lembrar, mesmo que vagamente, desse imbróglio todo por que passamos durante 24 anos de um verdadeiro caos econômico. Às vezes me pergunto, como conseguimos sobreviver a tudo isso, desde ser fiscal do Sarney, até o “furacão Zélia”, passando pelas compras em supermercado de máquina de calcular em punho. Os governantes brasileiros deveriam sempre (todos eles e em qualquer período da história) agradecer a Deus todos os dias a população pacífica e acomodada que vive nesta terra, pois se isso fosse em outro país, teríamos ministros enforcados ou guilhotinados em praça pública.
Curiosidades:
- 1 Real equivaleria a 2.750.000.000.000.000.000.000 Réis do início da República.
- 1 Real equivaleria a 2.750.000.000.000.000 Cruzeiros do período de 1942 (final do governo de Getulio Vargas até 1967 (Governo Militar).
- 1 Real equivaleria a 2.750.000.000 Cruzados (período da redemocratização, Governo Sarney – 1986 a 1989).
Obviamente, não basta converter quantias expressas em antigas unidades monetárias para a moeda vigente. Tal quantia deve ser corrigida por um índice de preços apropriado para que a paridade do poder de compra da moeda seja mantida.
Fontes: História do Dinheiro no Brasil no Blog Histórias.
Museu de Valores do Banco Central do Brasil
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Tô só de olho em você...
Já ia sair de fininho sem deixar um comentário, né?!
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