No século XV, Isabel de Castela (1451/1504) se casou com Fernando de Aragão (1452/1516). O casamento ocorreu em 1469 e uniu os dois reinos que, fortalecidos, conseguiriam expulsar os árabes do sul da Península Ibérica... O périplo africano durou 73 anos, da tomada de Ceuta, até a chegada ao Cabo da Boa Esperança. Deve-se esse avanço à Escola de Sagres, ao incentivo governamental, ao dinheiro dos Templários e às iniciativas dos comerciantes e navegadores, entre outros... As navegações do Século XV, que ficou conhecido como Século das Navegações.
A Exposição foi montada em Lisboa, numa vasta área junto ao Rio Tejo, tendo como fundo o Mosteiro dos Jerônimos, ocupava cerca de 560 mil metros quadrados e aconteceu entre 2 de julho e 2 de dezembro de 1940.
Salazar |
A Exposição do Mundo Português foi um importante acontecimento político-cultural do Estado Novo português. Foi inaugurada, em 23 de julho de 1940, pelo chefe de Estado, Marechal Oscar Carmona, acompanhado pelo Presidente do Conselho, Antonio de Oliveira Salazar, e pelo Ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, Presidente da Câmara de Lisboa Eduardo Rodrigues de Carvalho e pelo Cardeal Patriarca de Lisboa D. Manuel Gonçalves Cerejeira. Era composta por pavilhões temáticos relacionados com a história, atividades econômicas, cultura, regiões e territórios ultramarinos de Portugal e também um Pavilhão do Brasil, o único país estrangeiro convidado.
A Exposição do Mundo Português foi a maior exposição realizada em Portugal até a Expo 98. Teve o intuito de comemorar, simultâneamente, o centenário da Fundação do Estado Português, ou criação da nacionalidade, como dito em Portugal, em 1140, e da Restauração da Independência, em 1640.
Em plena guerra civil da Espanha, quando os regimes autoritários pareciam impor-se na conturbada cena política europeia, o Estado Novo português consolidava-se. É neste ambiente que, em 27 de março de 1938, Salazar anuncia a realização, em nota oficiosa, de uma grande comemoração para o ano de 1940. A iniciativa assumiu então, em termos de recursos materiais e humanos, uma dimensão inédita, tornando-se o mais importante acontecimento político-cultural do Estado Novo português. O empenho político nas comemorações resultou da compreensão do que estava em jogo: concretizar, em forma de comemoração, a consagração pública de uma legitimidade representativa própria, eminentemente ideológica e histórica. Mais do que isso, Portugal buscou, pela mão dos artistas e a pena dos historiadores, difundir, com “a clareza” possível, essas linhas invisíveis da continuidade, que uniam a grandeza do passado, do presente e do futuro de Portugal.
O certo é que, enquanto em junho os portugueses assistiam pacíficos à inauguração da sua “cidade mítica”, nas chancelarias já se acendera o alarme – a guerra alastrava-se por toda a Europa. Encerrada a 2 de Dezembro, a Exposição recebeu cerca de três milhões de visitantes, constituindo o mais importante fato cultural do regime – regime este que sofreria a sua primeira crise política, passados quatro anos, com o fim da II Guerra Mundial e com a derrota dos regimes de Hitler e de Mussolini.
A Exposição do Mundo Português foi a maior exposição realizada em Portugal até a Expo 98. Teve o intuito de comemorar, simultâneamente, o centenário da Fundação do Estado Português, ou criação da nacionalidade, como dito em Portugal, em 1140, e da Restauração da Independência, em 1640.
Em plena guerra civil da Espanha, quando os regimes autoritários pareciam impor-se na conturbada cena política europeia, o Estado Novo português consolidava-se. É neste ambiente que, em 27 de março de 1938, Salazar anuncia a realização, em nota oficiosa, de uma grande comemoração para o ano de 1940. A iniciativa assumiu então, em termos de recursos materiais e humanos, uma dimensão inédita, tornando-se o mais importante acontecimento político-cultural do Estado Novo português. O empenho político nas comemorações resultou da compreensão do que estava em jogo: concretizar, em forma de comemoração, a consagração pública de uma legitimidade representativa própria, eminentemente ideológica e histórica. Mais do que isso, Portugal buscou, pela mão dos artistas e a pena dos historiadores, difundir, com “a clareza” possível, essas linhas invisíveis da continuidade, que uniam a grandeza do passado, do presente e do futuro de Portugal.
O certo é que, enquanto em junho os portugueses assistiam pacíficos à inauguração da sua “cidade mítica”, nas chancelarias já se acendera o alarme – a guerra alastrava-se por toda a Europa. Encerrada a 2 de Dezembro, a Exposição recebeu cerca de três milhões de visitantes, constituindo o mais importante fato cultural do regime – regime este que sofreria a sua primeira crise política, passados quatro anos, com o fim da II Guerra Mundial e com a derrota dos regimes de Hitler e de Mussolini.
Monumentos
Centrada no grande quadrilátero da Praça do Império, a Exposição era definida lateralmente por dois grandes pavilhões, longitudinais e perpendiculares ao Mosteiro dos Jerônimos: o Pavilhão de Honra e de Lisboa, de Luis Cristino da Silva, e do outro lado, o Pavilhão dos Portugueses no Mundo, do próprio Cottinelli Telmo.
Perto do rio Tejo, atravessando-se a linha férrea através de uma passarela monumental de colossais cruzados, a Porta da Fundação, encontrava-se a Seção Histórica. Nesta seção, encontavam-se: o Pavilhão da Formação e Conquista, Pavilhão da Independência, Pavilhão dos Descobrimentos e a Esfera dos Descobrimentos. Do outro lado, situava-se o Pavilhão da Fundação, o Pavilhão do Brasil e o Pavilhão da Colonização. Atravessando o Bairro Comercial e Industrial, chegava-se perto do Mosteiro dos Jerônimos, à entrada da Seção Colonial. No canto oposto, um Parque de Atrações fazia a delícia dos jovens e das crianças. Descendo em direção ao rio, e para além do Pavilhão dos Portugueses no Mundo, a Seção de Etnografia Metropolitana, com o seu Centro Regional, contendo representações das Aldeias Portuguesas e os Pavilhões da Vida Popular. Por trás deste último pavilhão, encontrava-se o Jardim dos Poetas e o Parque Infantil. À frente do Rio Tejo, com as suas docas, um Espelho de Água com um restaurante abria o caminho para o Padrão dos Descobrimentos e para a Nau Portugal.
De todas estas obras, algumas se destacaram e perduram na memória da atualidade. Do Pavilhão dos Portugueses no Mundo, com um risco “simples”, destacava-se sobretudo a possante estátua da Soberania, esculpida por Leopoldo de Almeida. A imagem de uma severa mulher couraçada, segurando a esfera armilar e apoiada num litor legendado com as partes do Mundo, em caracteres góticos.
O Padrão dos Descobrimentos, vindo dos esforços de Cottinelli e de Leopoldo de Almeida, mostrava a verdadeira importância dos descobrimentos na História portuguesa. Constituído por diversas figuras históricas, o Infante D. Henrique destacava-se na sua proa, como timoneiro de todo o projeto expansionista português. De fato, o padrão original, construído em estafe sobre um esqueleto de madeira, teve um triste fim. A figura do monumento ficou tão presente no imaginário nacional, que foi reconstruído em 1965, mas desta vez em pedra, e ainda hoje se mantém nas margens do Tejo.
A Nau Portugal
A “Nau” Portugal mostrou também ser uma magnífica reconstituição do passado. Esta embarcação era na realidade a réplica de um galeão da carreira da Índia do século XVII. Construída nos estaleiros de Mestre Manuel Maria Bolais Mónica, na Gafanha da Nazaré, para figurar, em 1940, na Exposição do Mundo Colonial Português. Terceiro centenário da Restauração e oitavo da Independência de Portugal. Foi lançada à água, depois de pronta, a 7 de junho de 1940. Saiu a primeira vez com destino à Lisboa em julho e sua inauguração solene foi a 8 de setembro. No entanto, ela afundou rapidamente. Minutos após a partida, tombou para o lado. Milhares de pessoas assistiram ao lançamento da Nau Portugal ao mar quase com a certeza de que ela iria virar, como, infelizmente, aconteceu, perante a tristeza de enorme multidão, que não escondia as lágrimas correndo pelo rosto. Como pensara Mestre Manuel Maria. Sempre pusera em dúvida que ao entrar na água ela pudesse se estabilizar. Ele dizia desde o princípio que o projeto – elaborado por um oficial da Armada com base num estudo profundo em desenhos antigos – não lhe oferecia a garantia necessária para a sua navegabilidade. E tinha tanta certeza do que dizia que impediu o Bispo de Aveiro, D. João Evangelista de Lima Vidal, que a benzeu e visitou interiormente, permanecer na Nau durante a sua descida pela carreira da água. A nau chegou a estar presente na Exposição do Mundo Português; mas, para chegar lá, precisou de grandes esforços para se repor de pé, e acabou por ser pilotada até Lisboa por marinheiros ingleses. A Nau teve um fim diferente daquele para que fora concebida, pois acabou os dias como simples barcaça. Bela e ricamente decorada, destinava-se a servir para exposição dos nossos melhores produtos, viajando pelos diversos países, em especial o Brasil. A ideia da Nau Portugal partiu do grande artista Leitão de Barros, que foi o Secretário-Geral da Exposição do Mundo Colonial Português.
Enquanto fazia algumas leituras na internet para saber mais acerca deste acontecimento histórico, do qual eu não tinha conhecimento até poucos meses atrás, encontrei este interessante comentário na aba “Discussão” da Wikipedia:
”Não sabia que a fundação de Portugal tinha sido em 1140!!! Pensei que tinha sido em 1139 ou em 1143... D. Afonso Henriques tornou-se independente da mãe em 1139 com a Batalha de S. Mamede. No entanto data de 1140 o primeiro documento, do Mosteiro de Santa Cruz, onde o nosso Primeiro se intitula pela primeira vez "Rex" - Rei (provavelmente tal documento terá sido até forjado no Mosteiro). 1143, data do Tratado de Zamora marcou a nossa independência face a Castela. A data em causa de 1140 tem por base o primeiro momento em que nos intitulamos como reino independente - viria mais tarde a confirmação laica e posteriomente religiosa (1179, Bula Manifestis Probatum).”
Centrada no grande quadrilátero da Praça do Império, a Exposição era definida lateralmente por dois grandes pavilhões, longitudinais e perpendiculares ao Mosteiro dos Jerônimos: o Pavilhão de Honra e de Lisboa, de Luis Cristino da Silva, e do outro lado, o Pavilhão dos Portugueses no Mundo, do próprio Cottinelli Telmo.
Perto do rio Tejo, atravessando-se a linha férrea através de uma passarela monumental de colossais cruzados, a Porta da Fundação, encontrava-se a Seção Histórica. Nesta seção, encontavam-se: o Pavilhão da Formação e Conquista, Pavilhão da Independência, Pavilhão dos Descobrimentos e a Esfera dos Descobrimentos. Do outro lado, situava-se o Pavilhão da Fundação, o Pavilhão do Brasil e o Pavilhão da Colonização. Atravessando o Bairro Comercial e Industrial, chegava-se perto do Mosteiro dos Jerônimos, à entrada da Seção Colonial. No canto oposto, um Parque de Atrações fazia a delícia dos jovens e das crianças. Descendo em direção ao rio, e para além do Pavilhão dos Portugueses no Mundo, a Seção de Etnografia Metropolitana, com o seu Centro Regional, contendo representações das Aldeias Portuguesas e os Pavilhões da Vida Popular. Por trás deste último pavilhão, encontrava-se o Jardim dos Poetas e o Parque Infantil. À frente do Rio Tejo, com as suas docas, um Espelho de Água com um restaurante abria o caminho para o Padrão dos Descobrimentos e para a Nau Portugal.
De todas estas obras, algumas se destacaram e perduram na memória da atualidade. Do Pavilhão dos Portugueses no Mundo, com um risco “simples”, destacava-se sobretudo a possante estátua da Soberania, esculpida por Leopoldo de Almeida. A imagem de uma severa mulher couraçada, segurando a esfera armilar e apoiada num litor legendado com as partes do Mundo, em caracteres góticos.
O Padrão dos Descobrimentos, vindo dos esforços de Cottinelli e de Leopoldo de Almeida, mostrava a verdadeira importância dos descobrimentos na História portuguesa. Constituído por diversas figuras históricas, o Infante D. Henrique destacava-se na sua proa, como timoneiro de todo o projeto expansionista português. De fato, o padrão original, construído em estafe sobre um esqueleto de madeira, teve um triste fim. A figura do monumento ficou tão presente no imaginário nacional, que foi reconstruído em 1965, mas desta vez em pedra, e ainda hoje se mantém nas margens do Tejo.
A Nau Portugal
A “Nau” Portugal mostrou também ser uma magnífica reconstituição do passado. Esta embarcação era na realidade a réplica de um galeão da carreira da Índia do século XVII. Construída nos estaleiros de Mestre Manuel Maria Bolais Mónica, na Gafanha da Nazaré, para figurar, em 1940, na Exposição do Mundo Colonial Português. Terceiro centenário da Restauração e oitavo da Independência de Portugal. Foi lançada à água, depois de pronta, a 7 de junho de 1940. Saiu a primeira vez com destino à Lisboa em julho e sua inauguração solene foi a 8 de setembro. No entanto, ela afundou rapidamente. Minutos após a partida, tombou para o lado. Milhares de pessoas assistiram ao lançamento da Nau Portugal ao mar quase com a certeza de que ela iria virar, como, infelizmente, aconteceu, perante a tristeza de enorme multidão, que não escondia as lágrimas correndo pelo rosto. Como pensara Mestre Manuel Maria. Sempre pusera em dúvida que ao entrar na água ela pudesse se estabilizar. Ele dizia desde o princípio que o projeto – elaborado por um oficial da Armada com base num estudo profundo em desenhos antigos – não lhe oferecia a garantia necessária para a sua navegabilidade. E tinha tanta certeza do que dizia que impediu o Bispo de Aveiro, D. João Evangelista de Lima Vidal, que a benzeu e visitou interiormente, permanecer na Nau durante a sua descida pela carreira da água. A nau chegou a estar presente na Exposição do Mundo Português; mas, para chegar lá, precisou de grandes esforços para se repor de pé, e acabou por ser pilotada até Lisboa por marinheiros ingleses. A Nau teve um fim diferente daquele para que fora concebida, pois acabou os dias como simples barcaça. Bela e ricamente decorada, destinava-se a servir para exposição dos nossos melhores produtos, viajando pelos diversos países, em especial o Brasil. A ideia da Nau Portugal partiu do grande artista Leitão de Barros, que foi o Secretário-Geral da Exposição do Mundo Colonial Português.
Enquanto fazia algumas leituras na internet para saber mais acerca deste acontecimento histórico, do qual eu não tinha conhecimento até poucos meses atrás, encontrei este interessante comentário na aba “Discussão” da Wikipedia:
”Não sabia que a fundação de Portugal tinha sido em 1140!!! Pensei que tinha sido em 1139 ou em 1143... D. Afonso Henriques tornou-se independente da mãe em 1139 com a Batalha de S. Mamede. No entanto data de 1140 o primeiro documento, do Mosteiro de Santa Cruz, onde o nosso Primeiro se intitula pela primeira vez "Rex" - Rei (provavelmente tal documento terá sido até forjado no Mosteiro). 1143, data do Tratado de Zamora marcou a nossa independência face a Castela. A data em causa de 1140 tem por base o primeiro momento em que nos intitulamos como reino independente - viria mais tarde a confirmação laica e posteriomente religiosa (1179, Bula Manifestis Probatum).”
Para saber mais, ver: BARROS, Júlia Leitão de, “Exposição do Mundo Português”, in BRITO, J. M. Brandão de, e ROSAS, Fernando (dir.), Dicionário de História do Estado Novo, Lisboa, Círculo de Leitores, 1996, vol. 1, pp. 325-327; MÓNICA, Maria Filomena, “Exposição do Mundo Português”, in BARRETO, António, e MÓNICA, Maria Filomena (Coord.), Dicionário de História de Portugal, Vol. 7, Lisboa, Livraria Figueirinhas, 1999, pp. 710-711.
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Tô só de olho em você...
Já ia sair de fininho sem deixar um comentário, né?!
Eu gosto de saber sua opinião sobre o que escrevo.
Não tem de ser só elogio... Quero sua opinião de verdade!