Li uma matéria na Revista de História na internet com o título de "Fora dos Trilhos". Como amante declarada dos trilhos, indignei-me o suficiente para escrever rapidamente este texto. Vejam o absurdo que estão fazendo.
O prédio que abriga a Estação Barão de Mauá, conhecida como Leopoldina foi inaugurado em 1926. Desde 2001, há onze anos, portanto, a estação ferroviária está vazia, com trens apodrecendo nos fundos e, ironicamente, hoje só serve para abrigar uma unidade da Polícia Ferroviária Federal.
A administradora da estação, a SuperVia, está elaborando um projeto de restauração para a Leopoldina. Segundo Carlos Henrique Sant’Anna, diretor de Novos Negócios da SuperVia, depois de autorizadas pelo Iphan, as obras da Leopoldina deverão durar um ano. O projeto na Estação Barão de Mauá, a Leopoldina, inclui o restauro e a limpeza das fachadas, nova iluminação e sistema de detecção de incêndio. Só.
Apesar disso, nada mudará no prédio da Leopoldina, já que as reformas vão apenas recuperar a estrutura do edifício. Não há um único projeto que contemple a utilização do espaço da estação na combalida edificação. Enquanto isso, o Museu do Trem, que ocupa um espaço no bairro de Engenho de Dentro, está fechado há cerca de três anos.
Se eu entendi bem a reportagem da Revista de História, publicada em 01/09/2012, se não estivéssemos para receber a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas em 2016, o prédio da estação da Leopoldina poderia cair de podre que não incomodaria a ninguém. Até porque é um prédio que fica numa zona sem importância nenhuma, entre a Cidade Nova e a Zona Portuária, de frente para um canal poluído e fétido, que traz os dejetos de boa parte da cidade do Rio de Janeiro para desaguar na Baía da Guanabara. Trata-se de um prédio que nem fica na zona sul da cidade! Quantos turistas passam por ali, pela Avenida Francisco Bicalho? Nenhum, talvez!
Mas, na verdade, eu gostaria de entender o porquê de o prédio ter de ficar inoperante. Ou seja, não há demanda para trens urbanos no Rio de Janeiro? Quem decidiu que a Leopoldina não é uma das soluções para o trânsito caótico da cidade? Ahh, sim... Lembrei-me. A salvação para nosso trânsito caótico são os BRTs, não é mesmo? Nada de VLT, metrô, trens urbanos, ou qualquer coisa que ande sobre trilhos.
Enquanto qualquer cidade brasileira, não só o Rio de Janeiro, não voltar sua prioridade de transporte urbano de massa para o ferroviário, elas continuarão a ter cada vez mais problemas de trânsito (incluindo aqueles advindos dele), e ainda, os homens e mulheres responsáveis pelos transportes urbanos no Brasil continuarão a enriquecer os donos de empresas de ônibus e empreiteiros, país afora.
O prédio que abriga a Estação Barão de Mauá, conhecida como Leopoldina foi inaugurado em 1926. Desde 2001, há onze anos, portanto, a estação ferroviária está vazia, com trens apodrecendo nos fundos e, ironicamente, hoje só serve para abrigar uma unidade da Polícia Ferroviária Federal.
A administradora da estação, a SuperVia, está elaborando um projeto de restauração para a Leopoldina. Segundo Carlos Henrique Sant’Anna, diretor de Novos Negócios da SuperVia, depois de autorizadas pelo Iphan, as obras da Leopoldina deverão durar um ano. O projeto na Estação Barão de Mauá, a Leopoldina, inclui o restauro e a limpeza das fachadas, nova iluminação e sistema de detecção de incêndio. Só.
A Estação Leopoldina e o Canal do Mangue na Av. Francisco Bicalho em 1927. |
Apesar disso, nada mudará no prédio da Leopoldina, já que as reformas vão apenas recuperar a estrutura do edifício. Não há um único projeto que contemple a utilização do espaço da estação na combalida edificação. Enquanto isso, o Museu do Trem, que ocupa um espaço no bairro de Engenho de Dentro, está fechado há cerca de três anos.
Se eu entendi bem a reportagem da Revista de História, publicada em 01/09/2012, se não estivéssemos para receber a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas em 2016, o prédio da estação da Leopoldina poderia cair de podre que não incomodaria a ninguém. Até porque é um prédio que fica numa zona sem importância nenhuma, entre a Cidade Nova e a Zona Portuária, de frente para um canal poluído e fétido, que traz os dejetos de boa parte da cidade do Rio de Janeiro para desaguar na Baía da Guanabara. Trata-se de um prédio que nem fica na zona sul da cidade! Quantos turistas passam por ali, pela Avenida Francisco Bicalho? Nenhum, talvez!
Mas, na verdade, eu gostaria de entender o porquê de o prédio ter de ficar inoperante. Ou seja, não há demanda para trens urbanos no Rio de Janeiro? Quem decidiu que a Leopoldina não é uma das soluções para o trânsito caótico da cidade? Ahh, sim... Lembrei-me. A salvação para nosso trânsito caótico são os BRTs, não é mesmo? Nada de VLT, metrô, trens urbanos, ou qualquer coisa que ande sobre trilhos.
Quem sabe seria esse o tipo de transporte que desejam para o Rio de Janeiro? |
Enquanto qualquer cidade brasileira, não só o Rio de Janeiro, não voltar sua prioridade de transporte urbano de massa para o ferroviário, elas continuarão a ter cada vez mais problemas de trânsito (incluindo aqueles advindos dele), e ainda, os homens e mulheres responsáveis pelos transportes urbanos no Brasil continuarão a enriquecer os donos de empresas de ônibus e empreiteiros, país afora.
É esse o tipo de trânsito que desejam para o Rio de Janeiro, não?! |